O consumo das famílias foi o destaque do Produto Interno Bruto (PIB) no quarto trimestre de 2011, tendo crescido 1,1% frente o trimestre anterior, feitos os ajustes sazonais, com recuperação após a queda de 0,1% observada nesse período. A retomada da demanda privada veio bem mais forte do que o esperado pelo sócio-diretor da RC Consultores, Fabio Silveira, para quem o consumo das famílias iria crescer apenas 0,3% no último trimestre do ano passado.
Em sua avaliação, o dado mostra que a queda da taxa de juros e a reversão parcial das medidas macroprudenciais pelo governo, assim como a desoneração de itens da linha branca, estimularam o consumo. Agora, fica em xeque a possibilidade de cortes maiores do que 0,5 ponto percentual na Selic, diz Silveira.
“Isso reforça a hipótese de que os juros vão cair só até 9%, em cortes de meio em meio ponto percentual, e inibe a possibilidade de um corte de 0,75 ponto percentual, como alguns analistas estavam prevendo”, diz. Diante desse quadro, sustenta o analista, o governo também deve esperar mais um pouco para tomar novas medidas de incentivo ao consumo.
O investimento, por outro lado, mostrou recuperação bem mais fraca entre o terceiro e o quarto trimestre, dado que já estava na conta de Silveira. Medido pela Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), ele avançou apenas 0,2% no último quarto de 2011, após a queda de 0,4% observada no terceiro trimestre. Para o economista, o ritmo fraco do investimento está ligado ao mau comportamento da indústria, que andou de lado durante todo o ano, e só deve mostrar alguma melhora no segundo semestre de 2012.
“No primeiro semestre não haverá retomada porque a indústria ainda vai crescer lentamente em função de todos os entraves existentes na economia brasileira, tais como a taxa de câmbio muito valorizada”, afirma. Nesse período, segundo o sócio-diretor da RC, a economia ainda será puxada pelo consumo.
Fonte: Portal UOL
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