Quem já passou por apertos financeiros, sabe que não existe nada melhor que a tranquilidade financeira. O problema de estar endividado é que esta situação não traz problemas apenas para o bolso: afeta também a saúde e os relacionamentos.
Por conta disso, muitas pessoas se desesperam e tomam atitudes inconsequentes (“estouram” o limite de vários cartões de crédito, entram no cheque especial, entre outros), por vezes agravando ainda mais o problema.
O objetivo deste artigo é apresentar diversas alternativas para montar um planejamento paranegociar suas dívidas e ações que podem ser tomadas de forma a acelerar o processo do pagamento dos débitos.
O que você NÃO deve fazer
Não se desespere. Para aqueles que se endividaram por serem leigos e que não agiram de má-fé, uma boa notícia: a justiça está a seu favor. Você vai saber por que mais na frente.
Não invista. Parece estranho eu dar uma dica dessas, mas quem está endividado não pode se dar o luxo de investir. A explicação é simples: a taxa de juros que você paga (na dívida) é muito maior que a recebida (nos investimentos). Para saber mais, leia o artigo “Quitar dívidas ou investir?“.
Não se endivide ainda mais. Se você pretende se livrar das dívidas, contrair novos empréstimos não vai ajudar em nada, dado que só vai aumentar seu problema. O importante nesse momento é negociar as dívidas existentes.
Então o que fazer?
Faça um levantamento de tudo que você deve, coloque num papel ou planilha eletrônica, e priorize o pagamento das dívidas que tiverem a taxa de juros mais alta. A explicação é que a taxa de juros determina a velocidade do crescimento da dívida.
Já escrevi vários artigos que mostram como se organizar para pagar suas dívidas, tais como “Controle suas dívidas” e “Estratégia para quitar sua dívida“.
Depois de organizar e priorizar as dívidas mais caras, é o momento de partir para a negociação. Do mesmo jeito que você está “louco” para se livrar da dívida, seu credor também está muito interessado em receber. Dessa forma, a negociação fica muito mais fácil.
É provável que suas dívidas mais caras sejam de cartões de crédito e cheque especial. E se você estiver numa situação de superendividamento, a justiça pode ajudar nessa negociação.
O que são os superendividados?
Quando comentei que a justiça estava a favor de quem tem grandes dívidas, queria falar sobre os superendividados.
Superendividados, de uma forma bem sucinta, são pessoas que contraíram dívidas acima da sua capacidade de pagamento.
Existem algumas perguntas que podem ajudar a identificar pessoas superendividadas:
- Minhas dívidas (prestações mensais) equivalem a mais de 50% do que eu ganho?
- Preciso trabalhar mais para pagar minhas dívidas no final do mês?
- Meu salário termina antes do final do mês?
- Minhas dívidas estão sendo causas de desavença familiar?
- Não consigo pagar em dia as contas de luz, água, alimentação, aluguel e/ou condomínio?
- Tenho sofrido de depressão em razão das dívidas?
- Meu nome está registrado em cadastros, tais como SPC, SERASA, CCF?
- Tenho atrasado o pagamento das minhas obrigações?
- Já pedi dinheiro emprestado a familiar ou a um amigo para pagar minhas obrigações?
- Minha família não tem conhecimento de minhas dificuldades?
Se você respondeu “sim” para a maioria dessas perguntas, é provável que esteja numa situação de superendividamento.
Programa de Tratamento de Consumidores Superendividados
Diversos estados já contam com programas de apoio ao consumidor superendividado, para intermediar a negociação com os credores. O primeiro estado foi o Rio Grande do Sul, depois seguido por São Paulo, Paraná e Pernambuco.
O superendividamento caracteriza-se pela impossibilidade global do consumidor (devedor, pessoa física, leigo e de boa-fé) de pagar todas as suas dívidas atuais e futuras de consumo nos respectivos vencimentos, diante de sua incapacidade financeira e econômica para fazê-lo.
Não são consideradas pelo Programa as dívidas fiscais, alimentícias e nem contraídas em decorrência de atividades profissionais, crédito habitacional, perdas e danos ou por serviços prestados por empresa pública federal.
Para saber mais sobre as iniciativas de cada estado, acesse os links a seguir:
Conclusão
Mesmo para quem não reside nesses estados, vale muito a pena conhecer o programa, as dicas e todo o procedimento para solicitar uma audiência de conciliação.
Até então, só encontrei os programas desses estados. Mas isso não impede que também existam iniciativas em outros estados.
Por sinal, caso alguém tenha conhecimento de projetos nos demais estados, basta deixar o link e terei o prazer de editar o texto para incluir novos links.