Por David P. Lima Jr.
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Saber encaixar os profissionais dentro da empresa é fundamental para um bom desempenho da companhia.
Atualmente, o mercado vive o chamado “apagão de talentos”. Há falta de profissionais em diversas áreas, não só de bons profissionais, mas de qualquer tipo de pessoa que possa exercer com certa habilidade, uma determinada função. Mesmo em um cenário como esse, algumas empresas ainda se dão
ao luxo de agir como a história que contarei a seguir.
Durante um trabalho de consultoria numa empresa, conheci uma funcionária que acabara de ser contratada, a Vivian. Suas habilidades pessoais, somadas às suas capacidades técnicas fortemente enriquecidas por seu alto grau de formação, fizeram dela a escolha ideal para assumir a posição de gerente de novos projetos desta empresa.
Alguns meses mais tarde, a necessidade de reestruturação falou mais alto e as mudanças aconteceram. Equipes foram fragmentadas, outras totalmente desfeitas. Como não poderia deixar de ser, o talentoso time que a Vivian havia montado, também sofreu com as mudanças. Com a fragmentação os principais talentos dessa equipe foram realocados em outras para que dessa forma eles pudessem ajudar no desenvolvimento destes grupos. Vivian também foi realocada. Por sorte, para uma área onde suas habilidades e conhecimento eram exigidos ao máximo. Os resultados foram percebidos rapidamente. Parecia que ela era feita sob medida para esta nova posição e imediatamente se tornou uma integrante produtiva nesta nova equipe.
Como o cenário ainda exigia uma nova postura e uma imediata intervenção, novas mudanças foram aplicadas. Desta vez, para sua infelicidade, Vivian não se adaptou muito bem ao novo cenário. Suas habilidades, diante de seus novos companheiros, não pareciam tão impressionantes e, para piorar ainda mais as coisas, seu novo chefe a colocou em atividades que não estavam alinhadas com seu perfil. Por mais que ela se esforçasse, não alcançava resultados sequer semelhantes aos que poderia ou que estivessem à altura do seu padrão usual.
Recentemente fui visitá-los e pude ver, de longe, Vivian. Sua linguagem corporal era a de uma pessoa derrotada, sem motivação. O sorriso habitual havia sumido de seu rosto. Aquela profissional motivada, ágil, talentosa e vencedora havia desaparecido dentro dessa nova pessoa.
Reter talentos requer muito mais que simplesmente contratá-los, pagar bem e dar benefícios. Saber aonde, exatamente, cada talento é exigido, o quando ele poderá ser desafiado como suas habilidades podem ser cada vez mais desenvolvidas é função de um líder talentoso. O sucesso de uma empresa é construído a partir do talento de seus membros. Mantenha sempre em mente: quando um líder falha, pessoas erram e empresas morrem.
David P. Lima Jr. é palestrante e consultor de empresas. Ele é especialista em Gestão estratégica de Pessoas e em Administração de Negócios pela Universidade Ítalo Brasileira.