Classe C puxa gasto das famílias em 2011, diz pesquisa

22 de março de 2012

Por Simone Cunha- G1, em São Paulo
Imagem: Google

Faixa teve maior aumento de renda após gastos, de 50%.
Classe C chega a 54% da população e já supera 103 milhões de pessoas.

A renda média mensal das famílias brasileiras cresceu de R$ 1.557 para R$ 1.618 entre 2010 e 2011, segundo a Pesquisa Observador Brasil 2012, divulgada nesta quinta-feira (22) pela Cetelem BGN. De acordo com o levantamento, apenas a Classe C mostrou alta na renda na comparação entre os dois anos, passando de R$ 1.338 para R$ 1.557. Nas classes A/B e D/E, houve recuo na renda familiar mensal.
Com a elevação na renda familiar, a renda disponível (total da renda da família menos os gastos) da Classe C também mostrou crescimento no período, de quase 50%, puxando o consumo do país em 2011.

Mobilidade social
Segundo a pesquisa, a mobilidade social no país continuou em alta no ano passado, com protagonismo da classe C. Segundo o levantamento, a faixa de renda foi a que mais recebeu integrantes, enquanto a classe DE diminuiu no ano passado.
A pesquisa mostra que classe C recebeu 2,7 milhões de brasileiros da classe DE em 2011. Hoje são 103,054 milhões de brasileiros nessa faixa. Esse número representa 54% da população do país, um crescimento de 20 pontos percentuais em relação a 2005, ano do primeiro levantamento, quando eram 34%.
Em 2011, a classe AB recebeu 230 mil pessoas vindas da classe C. “Tivemos grande migração social no Brasil. Esperamos que isso continue a acontecer”, diz Marcos Etchegoyen, diretor presidente da Cetelem BGN.

“Não há dúvida que vimos uma migração gigantesca nos últimos sete anos, são cerca de 64 milhões que mudaram de faixa de renda. A pesquisa consolida a mudança que verificamos no ano passado, quanto ao formato da pirâmide das classes sociais no país, que passou de triângulo para losângo, devido ao crescimento da classe C”, diz Marcos Etchegoyen, diretor presidente da Cetelem BGN.
Otimismo
O estudo mostra que o brasileiro está otimista em relação ao futuro da economia. Metade dos entrevistados acredita que o Brasil terá uma situação melhor este ano do que foi a de 2011.
A pesquisa também perguntou sobre as expectativas em relação à crise. A maior faixa dos respondentes, 42%, acreditam que a crise vai chegar ao bolso dos brasileiros. É na classe AB em que está a maior faixa dos que acham que a crise afetará pouco o consumo, 28%.
A pesquisa é realizada por meio de 1.500 entrevistas a brasileiros com mais de 15 anos, feitas em 70 cidades e 9 regiões metropolitanas do país. É o sétimo ano seguido em que a pesquisa é realizada pela Cetelem BGN e Ipsos Public Affaris.
Gastos
O aluguel subiu 14% de 2010 para 2011, segundo a pesquisa, de R$ 299 para R$ 341. As prestações da casa aumentaram 23%, de R$ 367 para R$ 451. O gasto com empregada doméstica também subiu: de R$ 232 para R$ 330. A despesa com esse serviço foi maior que com convênio médico, de acordo com o estudo. Os valores foram semelhantes nas classes AB e DE, R$ 367 na mais alta e R$ 300 na mais baixa.
Internet
O consumo na internet subiu de 16% para 23% do mercado de compras nos sete anos da pesquisa, entre 2007 e 2011. “É importante destacar que antes, o preço era o fator mais importante para definir a compra, hoje é a comodidade. Isso mostra que, após resolver algumas necessidades básicas da população, outras se colocam”, diz Etchegoyen.
Os sites de compras coletivas estão mais presentes na vida dos brasileiros, de acordo com a pesquisa. Em 2010, 14% haviam comprado por meio dessas plataformas. No ano passado, 39% estavam na mesma situação.