Inovação: a chave do futuro

26 de março de 2012

Por Evandro Milet | eschola.com

Perguntado sobre se tinha feito pesquisa de mercado para conceber o I-Pad,  Steve Jobs respondeu: “ Não cabe ao consumidor saber o que quer”.
No mesmo tom Henry Ford disse que, se eu tivesse perguntado o que as pessoas queriam, eles teriam dito “cavalos mais velozes”.

Algumas empresas vivem do passado, outras tentam sobreviver no presente, poucas tentam se antecipar imaginando o futuro, as mais precavidas procuram se preparar para qualquer futuro que vier, porém o sucesso tem privilegiado as que criam o futuro. O movimento rumo à inovação constante caminhou da década de 1980 onde se preconizava fazer melhor, mais rápido e mais barato para , na década de 1990, “fazer diferente”. Entramos acelerados no século 21 movidos pelo “fazer primeiro”.

Conceitos como “foco” no seu negócio ficam cada vez mais nebulosos quando constatamos fronteiras fluidas entre ramos de negócio, onde competidores de outros setores, movidos pelas mudanças de tecnologia e pela ousadia de propor novos modelos de negócios, entram sem cerimônia no ramos uns dos outros. A Apple protagonizou os casos mais notórios quando escorregou do mundo dos computadores para o mundo da música com o I-Pod, quando criou um novo modelo de negócios para a comercialização de músicas com o I-Tunes atingindo a indústria fonográfica, quando tumultuou o mercado de telefones deslocando os fabricantes estabelecidos com o I-Phone e com a venda de aplicativos e agora ocupando o novo espaço dos tablets com o I-Pad, avançando sobre netbooks e notebooks para tomar conta de um novo mercado.

É muito difícil fazer previsões sobre o futuro. A IBM, líder de mercado em computadores na década de 1980, foi pioneira e teve grande sucesso com o lançamento do PC, mas tomou uma decisão que influenciou fortemente o desdobramento de toda a indústria de TI. Até aquele momento ela era uma empresa totalmente verticalizada, fabricando dos chips ao sistema operacional e resolveu terceirizar esses dois componentes fundamentais do PC, contratando os chips da Intel e o sistema operacional DOS da Microsoft, empresas pequenas à época. Com isso criou dois monstros que a obrigaram posteriormente a modificar seu modelo de negócios de fabricante de computadores para provedor de serviços para conseguir sobreviver, o que fez com grande competência, aliás.

Bill Gates, no início da década de 1990, desdenhou do papel da internet e quase perde o bonde. Novos atores surgem a toda hora criando futuro, muitas vezes jovens empreendedores em uma cultura que aceita o fracasso como parte do processo de criação, sem demonizá-lo, aliada a uma disponibilidade de talentos bem formados e uma estrutura de fundos de capital de risco que propicia um ambiente de negócios difícil de equiparar.

Nem todos os ramos de negócio passam por transformações radicais com a velocidade daquelas diretamente atingidas pelas tecnologias de informação e comunicação. Todos porém se preparem porque a TI é espaçosa e ocupa lugar central na inovação de processos, produtos e modelos de negócios.