Mesmo com a crise gerada pela greve da PM, na primeira quinzena de fevereiro, e das turbulências financeiras internacionais, o comércio varejista do estado conquista nos três primeiros meses do ano a mesma trajetória positiva de 2011.
A avaliação é do superintendente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), Carlos Roberto de Oliveira. Enquanto em janeiro do ano passado, a alta nas vendas foi de 7,7%, este ano, em igual período de 2012 o incremento foi quase o mesmo – 7,6%, segundo a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), da SEI, confirmando as previsões da CDL. Os dados de fevereiro ainda não foram publicados, mas Oliveira espera algo aproximado aos 12% de 2011.
“A paralisação da PM tirou público das rua, e as pessoas ficaram assustadas. Isso prejudicou, sem estar nas ruas ninguém consome. Mas no restante do mês houve uma recuperada”, completou o superintendente. Ele destacou que as vendas crescerem 7% em janeiro são ainda mais importante por ser uma elevação nas vendas em cima de uma base de ampliação. “O comércio cresce todo mês há cinco anos”, lembra.
Quem também vê com bons olhos o desempenho de 2012 é o presidente do Sindilojas, Paulo Motta. “O emprego está estabilizado. Não enfrentamos os dissabores das demissões, mesmo com as dificuldades da greve da PM”, destacou.
Motta acredita num bom desempenho do varejo local durante o Dia das Mães, terceiro período mais positivo para o comércio, perdendo apenas para a Liquida Salvador e Natal, e próxima grande data do varejo. “Normalmente, somos muito cautelosos com previsão. Com cautela, podemos prever uma expansão de 5% no dia das mães”, disse.
Dois fatores fundamentam o otimismo do dirigente: a queda dos juros – com a Selic definida em 9,75% – e a prorrogação do IPI para os eletrodomésticos da chamada linha branca (máquina de lavar, fogão e geladeira). “O preço da indústria saindo menor, com certeza vamos poder repassar esse benefício para o consumidor”, completou Motta, para quem o custo das mercadorias brasileiras vai ficar num patamar semelhante ao dos artigos importados.
Segundo a PMC, sondagem elaborada pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais (SEI)/Secretaria do Planejamento do Estado, os eletrodomésticos foram os principais responsáveis pela alta nas vendas em janeiro, junto com móveis. O segmento teve alta de 12,8% no mês e 16,4% no intervalo de doze meses.
Um problema que continua aflingindo o varejo do estado – e em nível nacional – é a inadimplência, que ficou em 7% e 7,1% nos dois meses iniciais de 2012, de acordo com a CDL.
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