Vendas estão integradas a tudo o que fazemos. Todas as vezes em que nos apresentamos a alguém, estamos vendendo o conceito de que somos uma pessoa interessante, legal, divertida, confiável etc. No papel corporativo, devemos estar muito bem treinados para demonstrar disponibilidade, simpatia, respeito. Até um iogurte disposto em uma prateleira de supermercado está querendo nos convencer de uma promessa.
Vivendo em uma década na qual as atividades virtuais andam mais numerosas do que as físicas, não entendo por que muitas empresas andam esquecendo o básico sobre imagem e reputação. Esses conceitos são válidos para empresas de qualquer tamanho e de qualquer setor. É preciso existir virtualmente, começando pelo básico, que é um endereço web.
Na tomada de decisão de compras, seja ela de um imóvel ou de prestação de serviços para instalar ar-condicionado, uma pesquisa na internet é uma tarefa rotineira para o consumidor. Não existem mais páginas amarelas para descobrir quais vidraçarias estão disponíveis na região da Berrini, por exemplo. O melhor uso que conheço para essas listas atualmente é servir de base para deixar o monitor um pouco mais alto.
Usar a internet para descobrir um fornecedor, sem ter nenhuma referência, pode ser uma tarefa árdua. E pode ter certeza que, entre todos os resultados que aparecerem na primeira página (você olha várias?), eu vou ligar para quem tiver um website mais profissional. Já estamos migrando de websites para aplicativos, e muitas empresas ainda não conseguiram ter o básico em seu endereço virtual. Isso significa um layout adequado, facilmente acessível também em devices, informações organizadas de forma hierárquica e um texto simples e direto oferecendo imediatamente as informações que estou procurando, como telefone de contato, horário de funcionamento e endereço.
Isso parece tão anos 90, algo como dicas para empreendedores da fase pré-bolha das empresas ponto.com. No entanto, ainda é um erro comum até entre as empresas de tecnologia da informação. Muitas startups cometem essa falha de ter um site amador, com conteúdo inconsistente ou um vergonhoso aviso de “em construção”. Também se deve evitar a utilização de algum serviço gratuito. São muito bons para pessoa física, mas não contribuem para uma imagem de seriedade que é vital quando uma empresa ainda está se consolidando.
Se as pessoas se definem entre bonitas, feias, fortes, gostosas, é porque reparamos todo o tempo em design, mesmo sem perceber. Pessoas, bairros, edifícios, produtos e serviços cabem na mesma categoria. Isso significa que há sempre alguém reparando no nome e na logomarca da sua empresa. Existem inúmeros serviços on-line que disponibilizam templates padronizados, que podem ser adquiridos por um bom preço. Para desenvolvimento,sites de crowdsourcing podem resolver o problema de programação e design. Durante um evento nesta semana, conheci um serviço que disponibiliza templates para que qualquer pessoa possa construir seu aplicativo utilizando HTML5 (também tem em português aqui). Uma pesquisa rápida mostrou que existem vários serviços, inclusive em português. Dinheiro, pessoas e tempo não são mais desculpas para parecer um indulgente virtual.
Por Silvia Valadares
Silvia Valadares é jornalista. Há três anos na Microsoft, é gerente de relacionamento com a comunidade de startups e ajuda empreendedores a transformar sonhos em estratégia de mercado.