Com rentabilidades muito baixas e/ou taxas de administração muito altas, poucos produtos oferecidos pelos grandes bancos compensam o investimento.
Entretanto o objetivo deste artigo não é discutir a qualidade dos produtos bancários, até porque já tratei desse tema no artigo “Por que tantos investidores gostam de perder dinheiro?“.
Dois produtos que fogem um pouco a essa regra são o CDB e a poupança. Não que a rentabilidade seja “lá essas coisas”, mas o primeiro não tem taxa de administração e a segunda é isenta do imposto de renda.
Daí fica a pergunta sobre qual a melhor opção de investimento: CDB ou poupança?
Caderneta de poupança
Caso você queira saber um pouco mais sobre essa modalidade de investimento, antes de entrar nos cálculos sobre qual a melhor opção, recomendo a leitura dessa página: Poupança.
Para quem não sabe, a rentabilidade da poupança é igual em todos os bancos. E essa rentabilidade também é de conhecimento geral: 6,17% a.a. + TR. Atualmente a rentabilidade fica em torno de 6,70% a.a.
Apesar da baixa rentabilidade, a poupança conta com duas vantagens: isenção do imposto de renda e liquidez imediata. Além de não haver incidência do IR sobre o rendimento, o investidor pode resgatar seu dinheiro a qualquer momento.
CDB
Também não vou explicar neste artigo o que é CDB, pois já o fiz em outro artigo. Entretanto, caso você queira saber muito mais sobre esse investimento, visite esse link: CDB.
Em relação à rentabilidade, esta depende de alguns fatores. Apesar de existirem CDBs com rentabilidade prefixada (definida no momento da compra), os CDBs mais procurados pelos investidores possuem rentabilidade pós-fixada (ex: 95% do CDI).
Para entender a rentabilidade do CDB, recomendo a leitura do artigo “O que é CDI?“.
Uma grande vantagem do CDB, em relação a fundos de investimento, é que não há cobrança de taxa de administração. No entanto o CDB sofre incidência do imposto de renda.
Quanto mais tempo o dinheiro permanecer aplicado no CDB, menor a incidência do imposto de renda e maior o percentual do CDI oferecido pelo banco.
CDB ou Poupança: Qual devo escolher?
A resposta é depende. Isso porque a rentabilidade do CDB depende de vários fatores, tais como o percentual do CDI, a variação do CDI e a alíquota do imposto de renda.
Considerando que a variação do CDI é muito próxima à variação média da Selic, espera-se portanto que o CDI em 2012 fique em 9,28%, de acordo com o relatório Focus publicado em 05/04/2012.
Se o valor da aplicação for muito baixo (até R$ 1.000), é provável que seu banco não ofereça mais que 90% do CDI. Sendo assim, a rentabilidade em 12 meses seria: 9,28 x 90% = 8,35% a.a.
Exemplo 1: Resgate anterior a 180 dias
Caso você aplicasse o dinheiro no CDB, mas precisasse resgatá-lo em menos de 6 meses (180 dias), a rentabilidade sofreria incidência da maior alíquota do IR: 22,5%. Após descontar o imposto de renda, a rentabilidade líquida seria: 8,35 * (1 – 0,225) = 6,47% a.a.
Resumindo: Entre investir num CDB que rende 90% do CDI e tenha que resgatar o dinheiro em menos de 6 meses, ou investir na poupança, é melhor a segunda opção, pois 6,70% a.a. é maior que 6,47% a.a.
Exemplo 2: Resgate após 360 dias
No caso do resgate após um ano (mas antes de completar 2 anos), a alíquota do IR seria de 17,5%. Nesse caso, a rentabilidade líquida do CDB seria: 8,35 * (1 – 0,175) = 6,89% a.a.
Resumindo: Entre investir num CDB que rende 90% do CDI e só precise resgatar o dinheiro após 12 meses, ou investir na poupança, é melhor a primeira opção, pois 6,70% a.a. é menor que 6,89% a.a.
Conclusão
O ideal é sempre comparar a rentabilidade líquida antes de tomar qualquer decisão de investimento. Entretanto quanto maior o prazo que o dinheiro permanecerá investido, maior a chance do CDB ser a melhor opção, por conta do menor imposto de renda.
Além disso, alguns bancos de grande porte já oferecem uma espécie de CDB progressivo: quanto mais tempo o dinheiro permanecer aplicado (sem resgates), maior será o percentual do CDI. Dou vários exemplos no artigo “Melhores CDBs dos grandes bancos“.
Dessa forma, mesmo com uma aplicação inicial razoavelmente baixa (a partir de R$ 1.000,00), ainda assim é possível conseguir uma boa rentabilidade, bastando deixar o montante investido por mais de 2 anos.
Poderia dar outros exemplos ou fazer novas simulações, mas não quero alongar demais o texto. Até porque acredito os casos citados, aliado à conclusão, já sejam suficientes para ajudá-lo(a) a tomar uma decisão.
Por Rafael Seabra