Homens baianos gastam mais que mulheres

20 de abril de 2012

Engana-se quem pensa que as vitrines só exercem uma forte influência entre o público feminino. Quando o assunto é aquisição, os homens são tão impulsivos quanto às mulheres e, pasmem, tão consumistas quanto.

Pelo menos é o que revela uma pesquisa divulgada ontem pela Federação das Associações de Microempresas e Empresas de Pequeno Porte da Bahia (Femicro), que traçou o perfil, o índice de confiança e a intenção de compra do consumidor baiano.

O estudo observou 900 compradores soteropolitanos de ambos os sexos e de idades e classes sociais distintas, chegando à conclusão que as mulheres gastam com mais frequência, porém em menor quantia, ou seja, pertence ao homem o título de gastador do lar.

O presidente da Femicro, Moacir Vidal, explica que o que difere um do outro é o ticket médio (valor de consumo). “Se falarmos em quantidade de compra a mulher é campeã, mas em valores reais o homem gasta mais, pois os seus objetos de desejo são mais caros, normalmente relacionados ao status, como carros, apartamentos, viagens, etc.”, afirma.

Entre os bens de consumo desejados pelas mulheres, as roupas, sapatos e acessórios perderam lugar para o computador, que atingiu 15% das intenções de compra, contra 14%, 12% e 11,9%, do vestuário, calçados e bolsas, respectivamente.

O levantamento, que é realizado mensalmente desde junho do ano passado, analisa ainda o grau de endividamento dos entrevistados. Neste quesito, as mulheres estão em desvantagem, pois destina uma maior parte do seu salário ao pagamento de contas.Já o Índice de Confiança dos Consumidores (ICC), que mede a intenção de compras, alcançou 126,8 para o mês de abril – patamar abaixo apenas do mês de fevereiro, quando a população planeja gastar mais, motivada pelo carnaval.

Ainda de acordo com a análise, 45,6% dos consumidores entrevistados possuem boas expectativas de compras sobre a situação econômica do país para os próximos 12 meses.

Endividamento – Quase metade dos entrevistados se declara endividada ou com alguma conta a pagar. As mulheres lideram essa parcela, representando 54,6% do universo pesquisado que se classifica como devedor. Destes, 18,1% possuem dívidas em atrasos e outros 33,3% estão inadimplentes.

“O principal motivo que leva o endividamento é o descontrole financeiro, ocasionado pela falta de planejamento das finanças ou mesmo por um acompanhamento ineficaz do próprio orçamento”, pontuou Vidal.

Segundo ele, cerca de 76% da população não faz o planejo financeiro. “Outros motivos também são responsáveis pelo endividamento, como a perda do emprego e o aumento de despesas imprevistas”, completa.

Durante a pesquisa, a Femicro observou ainda que o número de pessoas endividadas caiu, mas aumentou o número de inadimplentes. “As pessoas confundem as duas coisas, mas elas não são sinônimos. Consideramos endividado qualquer pessoa que tenha dívida a pagar. Já inadimplente é aquele que tem a dívida, mas não tem como pagá-la, pois ela é superior ao seu orçamento”, explica.

Fonte: Tribuna da Bahia
Imagem: Google