O número de microempreendedores individuais inscritos na Receita Federal chegou a 2,14 milhões em março. Apenas nos primeiros três meses deste ano, houve cerca de 300 mil novas inscrições. Em dezembro, o país tinha 1,8 milhão de MEIs.
Esse crescimento pode ser explicado pela mudança do limite anual de faturamento exigido pela Receita. Até o ano passado, só poderiam se inscrever como MEIs empreendedores com faturamento de R$ 36 mil ao ano. Desde janeiro, esse teto passou para R$ 60 mil.
“Muitas empresas individuais puderam migrar e se converter em MEIs, e, assim, pagar menos impostos”, afirma Paulo Melchor, consultor de políticas públicas do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) de São Paulo.
Em todo o país, a atividade com mais inscrições é a de comércio de roupas e/ou confecção, com cerca de 220 mil empreendedores, seguido por cabeleireiros (157 mil) e construção (63 mil). “A liderança do comércio de roupas se explica pelo fato de ser uma atividade barata, que não precisa de muito investimento, e que tem um mercado muito bom, principalmente com a nova classe C”, diz o consultor do Sebrae.
Já os cabeleireiros lidam com a beleza, outro mercado promissor no novo panorama do consumo brasileiro. “Hoje, há muita gente empregada nessa área, e essas pessoas podem virar empreendedores também”, afirma Melchor.
Independente da área, o consultor do Sebrae orienta o futuro empreendedor individual a analisar bem sua situação e verificar se vale a pena se inscrever na Receita. “É preciso verificar sempre as exigências legais. Por exemplo, se for um negócio de alimentação, deve seguir as regras da Vigilância Sanitária. Se for trabalhar em casa, verifique se o zoneamento de seu bairro permite essa atividade. Esses cuidados são fundamentais porque, hoje, é fácil se inscrever como MEI, mas para deixar de ser empreendedor individual, há um um processo na Junta Comercial e na Receita Federal”, diz Melchor.
Veja os líderes dos MEIs
Comércio de roupas/confecção – 200 mil inscritos
Salão de cabeleireiro – 157 mil
Construção de muros e paredes – 63 mil
Serviço de fast food – 61 mil
Lojas de variedades de pequeno porte – 56 mil
Serviços de bar – 53 mil
Serviços de tratamento estético – 48 mil
Fornecimento de refeições – 40 mil
Instalação de cabos – 38 mil
Manutenção de máquinas copiadoras/xerografia – 38 mil
Alfaiataria – 38 mil
Fonte: Serasa Experian