Empréstimos comprometem 22,3% da renda familiar

28 de maio de 2012

O comprometimento da renda das famílias com empréstimos bancários atingiu o patamar de 22,3% em março deste ano, segundo informações divulgadas pelo Banco Central (BC).

Isso representa crescimento de 0,3 ponto percentual frente a fevereiro, quando estava em 22%. Trata-se, também, do maior patamar desde janeiro deste ano, quando estava em 22,35%.

Os números da autoridade monetária mostram que o comprometimento da renda das famílias com financiamentos vem crescendo nos últimos anos. No início da série histórica do Banco Central, em janeiro de 2005, este índice estava em 15,5%.

Desde setembro de 2008, o percentual de comprometimento da renda das famílias com empréstimos está acima de 18% e, de junho de 2011 em diante, está superior aos 20%.

Segundo o Banco Central, do valor total da renda comprometida com empréstimos em março deste ano (22,3%), 14,18% referem-se ao principal, enquanto que outros 8,12% são relativos aos juros cobrados pelos bancos.

Inadimplência

De acordo com informações divulgadas na última sexta-feira (25) pelo Banco Central, a taxa de inadimplência das pessoas físicas, que mede o atraso de pagamento superior a 90 dias, voltou a subir em abril, quando atingiu 7,6%, informou nesta sexta-feira (25) o Banco Central. Em março, estava em 7,4%. Com isso, retornou ao patamar mais elevado desde dezembro de 2009 (7,71%). No caso da inadimplência para compra de carros, o número registrado em abril bateu recorde histórico.

Recentemente, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, informou que o governo federal está estudando medidas para baixar a taxa de inadimplência. “Temos como reduzir essa inadimplência com uma nova liberação de crédito. Temos mecanismos para reestruturar essa inadimplência e nós estamos pensando em novas medidas que permitam isso”, afirmou.

Segundo ele, a equipe econômica estuda como “reestruturar” a inadimplência. Significa permitir, informou o ministro, que uma pessoa com dívida em um banco possa pegar um novo empréstimo para pagar o antigo, com “diferimento” do Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF) na operação, ou seja, com pagamento ao longo do período.

“Mas a gente tem que suspender ou diferir os impostos que são pagos no ato em que você faz. Hoje a regra dificulta porque você tem que pagar todos os impostos como fosse um valor todo. Não é desonerar, é diferir. Em vez que pagar tudo junto no dia em que você faz a quitação, você paga os impostos ao longo dos pagamentos efetivamente feitos”, explicou Mantega.

Na última segunda-feira (21), em São Paulo (SP), o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, avaliou que as concessões de crédito deverão melhorar ao longo dos próximos meses, em um contexto de menores taxas de juros. Ele previu também redução da inadimplência ao longo do segundo semestre deste ano.

Fonte: Globo.com