Quais são os principais erros de negócios digitais?

8 de junho de 2012

Especialista fala sobre os dez equívocos que as startups mais cometem

Montar um negócio de sucesso é uma arte. Quebrar um, por outro lado, é um processo fácil e repetível, que normalmente tem erros comuns a vários projetos.

Startups são instituições humanas que querem resolver problemas relevantes em ambientes de grande incerteza, e não existem garantias de felicidade. Mas com um pouco de aprendizado você pode evitar uma trajetória muito conturbada para atingir seus objetivos como empreendedor. Veja dez dos principais erros das startups digitais.

Fazer um plano de negócios: de preferência bem grande e detalhado, com previsões de cinco anos sobre eventos sobre os quais você não tem o menor controle. Não há nada errado em planejar, o problema é que normalmente o plano é só um conjunto de previsões que não vão acontecer.

Fazer produtos digitais utilizando outsourcing na Índia: o método waterfall, que determina etapas de desenvolvimento, pode ser adequado para construir pontes, não para software. Se a metodologia não matar a empresa, o fuso horário e as diferenças de língua farão isso.

Empreender sozinho ou com os sócios errados: equipes desbalanceadas não saem do lugar. Para fazer um negócio você precisa dos papéis de vendedor, designer e hacker. Além disso, com os sócios certos fica mais difícil se enganar sobre o modelo de negócio.

Captar muito dinheiro muito cedo: nada idiotiza pessoas inteligentes com tanta eficiência do que muito dinheiro antes de o modelo de negócios estar provado.

Captar pouco dinheiro: se você está copiando um modelo de negócios de sucesso e o produto tem alguma barreira de entrada, tentar fazer bootstrap disso é suicídio. Se você está competindo por execução você tem que ser rápido e isso requer dinheiro.

Adquirir custo fixo: porque no final vai dar tudo certo. Não, não vai. As coisas tendem a dar errado. Fazer um hot money com aval pessoal ou começar a gastar no seu cartão de crédito é heróico, mas pouco inteligente.

Contratar pessoas parecidas com você: times homogêneos são menos criativos.

Demorar a lançar seu produto: esse é um clássico. Você quer encher seu produto de funcionalidades que você não faz a menor ideia se o cliente quer e, principalmente, não quer mostrar nada para ninguém até estar pronto. A empresa não vai ter feedback até que acabe o dinheiro e, neste caso, é melhor investir em bilhetes de loteria.

Ser duro com o erro: se você acha que o que motiva trabalhadores do conhecimento é a combinação de bônus financeiro e repreensão e demissão, é melhor trocar de indústria. Se você tratar seus geeks como pessoas irrelevantes, vai receber resultados irrelevantes. Se você não errar não aprende, e se não aprender não vai achar seu modelo de negócio.

Fazer o que é mais fácil ou difícil primeiro: é melhor testar o aspecto mais simples para validar a hipótese de negócio, e não o mais importante. Mas você também não precisa focar no difícil. É bem melhor desviar de uma mina terrestre do que desarmá-la.

Fonte: Exame.com – Por Fernando de La Riva