As velhas lâmpadas incandescentes estão com os dias contados. Em seu lugar, surgem novos tipos mais eficientes e econômicos. Fique por dentro dos prós e dos contras de cada modelo e faça a escolha certa
É bem provável que em sua casa exista mais de um tipo de lâmpada. Desde o apagão, em 2001, fontes de luz mais econômicas como as halógenas, as fluorescentes e, recentemente, as de LED viraram visitantes permanentes de espaços íntimos da morada, das áreas externas e dos escritórios. Se num primeiro momento a busca por novas formas de iluminar a casa foi uma alternativa para diminuir a conta no fim do mês ou reduzir a onda de desperdícios, em 2016, isso se tornará lei.
A partir deste ano, a comercialização e a fabricação das lâmpadas incandescentes comuns, que não atingirem o mínimo de eficiência exigida pelo governo, serão proibidas no Brasil. A ideia é reduzir a zero a utilização das “amarelinhas”, ao menos no uso doméstico, uma vez que elas ainda são maioria nas residências do país. “Mesmo com uma maior conscientização por parte do consumidor desde a crise energética, cerca de 300 milhões de lâmpadas comuns ainda são comercializadas no país”, diz Isac Roizenblatt, diretor técnico da Associação Brasileira da Indústria de Iluminação (Abilux). Ou seja: o baixo custo e a boa luminosidade desse tipo de lâmpada ainda pesam na decisão de compra. Porém, como veremos adiante, sua durabilidade é baixíssima e a energia gasta é elevada ¿ mau para o bolso e para o planeta que precisa produzir mais energia para suprir a demanda.
Mas, a ideia não é somente adotar as versões econômicas que, nem sempre, trazem o conforto e o aconchego emitidos pela luminosidade das amarelas. É preciso conhecer as características de cada modelo, para então decidir pela melhor opção. “É importante fazer um planejamento e avaliar o local que será iluminado”, explica Adriana Fernandes, coordenadora do departamento de designer da loja La Lampe, em São Paulo. O ideal é mesclar luzes e tipos diferentes, tendo a consciência de que não há uma única melhor em todos os sentidos, pois cada espaço tem uma demanda diferente de iluminação.
CADA UMA NO SEU QUADRADO
Além da economia, é claro, um importante aspecto que deve ser levado em conta na hora de comprar uma lâmpada são as alternativas de reciclagem disponíveis no mercado. “Por serem compostas basicamente de alumínio e vidro, as incandescentes devem ser descartadas preferencialmente como material reciclável”, orienta Eduardo Sebben, diretor superintendente da Apliquim Recicle Brasil, empresa especializada em descontaminação e reciclagem de lâmpadas. Como ainda não existem procedimentos e tecnologia específicos para o descarte das lâmpadas de LED, elas devem ser descartadas como lixo eletrônico, pois contêm diversos componentes eletrônicos.
O maior problema reside nas lâmpadas fluorescentes, cujo uso tem crescido ano a ano e que podem oferecer danos à nossa saúde e ao meio ambiente. “O mercúrio inorgânico presente nessas lâmpadas não está em sua forma mais tóxica, mas em contato com o meio ambiente (aterros e lixões) pode se transformar na forma orgânica contaminando o solo e os lençóis freáticos”, explica Bruno Carneiro, engenheiro químico do Departamento de Meio Ambiente do Instituto de Pesquisa Evandro Chagas, no Pará. Segundo ele, esse mercúrio orgânico chega a nós por meio dos alimentos (em especial os peixes) podendo, em excesso, causar doenças relacionadas ao sistema nervoso central.
Por Patricia Bernal