Ser feliz no trabalho é primordial

20 de junho de 2012

Organizações buscam profissionais que se destaquem por suas qualidades e pela aptidão em aumentar seus recursos e suas potencialidades.

Um levantamento feito por pesquisadores norte-americanos aponta que cerca de 60% das pessoas com emprego regular tem interesses diferentes das empresas em que trabalham. Outros dados revelam que os problemas gerenciais, em sua grande maioria, estão relacionados à falta de motivação e não à incompetência. Isso significa que muita gente não identifica seus verdadeiros talentos e acabam assumindo posturas, cargos e propósitos que não são seus.

Somos fruto do que pensamos, sabemos, sentimos e fazemos. Hoje, além de estarem conscientes desse fato, as organizações reconhecem a importância da contribuição de pessoas que integrem harmoniosamente o pensar, o saber, o sentir e o agir. Embora continuem valorizando os conhecimentos técnicos de um especialista, elas buscam profissionais que agreguem outras características, como criatividade, flexibilidade, prazer, generosidade e afetividade, além de estilo de vida compatível com seus valores.

Posturas do tipo: “No trabalho sou uma pessoa bem diferente do que sou em casa”, ou “não levo problemas do trabalho para casa nem da casa para o trabalho”, antes até proferidas por profissionais em cargos de chefia, que preconizavam e se gabavam de não misturar vida pessoal com vida profissional, não fazem mais sentido. Não somos dotados da capacidade de ativar algumas qualidades em determinada parte do dia e não em outras. Ninguém é criativo apenas no trabalho, assim como ninguém é habilidoso apenas em casa. Somos criativos e habilidosos na vida.

O profissional que faz o que gosta, coloca em prática os seus talentos e tem prazer em desenvolver seu trabalho, mantendo-se fiel aos princípios éticos de respeito aos seres humanos e à natureza. Ele sabe equilibrar suas responsabilidades na empresa com a importância do seu bem-estar pessoal – passa tempo com a família, encontra os amigos, viaja e/ou pratica esportes. Pesquisadores do mundo do trabalho acreditam que paixão e felicidade não estão associadas apenas à intensa experiência amorosa entre seres humanos e enfatizam a importância desse “estímulo” para todos os aspectos da vida. Eles garantem que esse sentimento constitui um fator determinante para o sucesso pessoal e também profissional.

Cada vez mais as organizações estão buscando profissionais que se destaquem por suas qualidades e pela aptidão em aumentar seus recursos e suas potencialidades de forma contínua e integrada. Encontro muitos profissionais que confirmam esse posicionamento. Ao mesmo tempo, também vejo as empresas preocupadas com o bem-estar físico mental e emocional dos seus colaboradores, em uma nova ordem de “talentos humanos” em que o colaborador não é mais visto como pessoa dividida entre profissão e vida particular.

As empresas modernas valorizam as pessoas harmoniosas e equilibradas, capazes de aliar à competência, à habilidade e à eficiência no trabalho também a alegria e a afetividade com que marcam sua vida, e, igualmente, levam para a vida pessoal o respeito e o empenho que dedicam ao trabalho – nesse cenário não cabe mais uma pessoa compartimentada, mas integrada em qualquer circunstância. A tendência mundial é unir trabalho e satisfação, porque é fato comprovado que a produtividade aumenta em proporção direta à satisfação das pessoas envolvidas, uma condição que só traz benefícios: lucro, reconhecimento, realização, traquilidade, alegria e bem-estar.

Por Leila Navarro*

*Leila Navarro (www.leilanavarro.com.br) é colunista do Empregos.com.br, palestrante motivacional no Brasil e no exterior, autora de 13 livros, dentre eles, “Talento para ser feliz”, “Confiança, qual é o seu lugar no mundo?” e “Talento à prova de crise”.