CNDL e SPC Brasil avaliam como positivo o pacote de incentivo ao crescimento econômico

28 de junho de 2012

O maior efeito prático do pacote é a redução da alíquota da TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo), de 6% ao ano para 5,5% ao ano

A CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) e o SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito) avaliam como positivo o pacote de incentivo ao crescimento econômico anunciado esta quarta-feira pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, e acreditam que o conjunto de medidas, apesar de pouco efetivo, sinaliza um horizonte favorável ao investimento produtivo de longo prazo.

Conforme observa o economista da CNDL e SPC Brasil, Nelson Barrizzelli, o maior efeito prático do pacote é a redução da alíquota da TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo), de 6% ao ano para 5,5% ao ano, o que deverá baratear o custo da tomada de empréstimos também para varejistas junto ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).

“Toda redução de juros e de impostos é sempre boa notícia ao País, mas é importante estar alerta para essas medidas de curto prazo, porque elas reforçam essa tendência de imediatismo do governo. São soluções de curtíssimo prazo para resolver problemas do momento”, disse.

O economista avalia, no entanto, que o anúncio feito pelo ministro Mantega de intensificar as compras governamentais de máquinas e equipamentos, no valor total de R$ 8,4 bilhões, não deve surtir efeito significativo no crescimento do PIB (Produto Interno Bruto, a soma das riquezas do País).

“Esse é um movimento direcionado a apenas alguns setores produtivos, e que, portanto, terá pouco impacto na retomada econômica do Brasil”, explicou. “A sensação que fica é que o governo está mais uma vez querendo resolver o problema da indústria automotiva brasileira, ao invés de tentar resolver os problemas do Brasil como um todo”.

Para o presidente da CNDL, Roque Pellizzaro Junior, é importante que o governo tenha sempre em seu horizonte de ação medidas anticíclicas para combater o baixo crescimento econômico. Como exemplo, o dirigente lojista citou a prorrogação do prazo de vigência do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) menor para produtos da linha branca, como geladeiras, micro-ondas e fogões.

Segundo explicou, ainda que o IPI menor não resulte em aumento mais forte de vendas, a não prorrogação da medida deverá reduzir drasticamente o resultado do varejo nesse segmento. “O mercado ainda está muito frágil, e qualquer medida anticonsumo agora seria um tiro no pé do crescimento econômico brasileiro”, disse Pellizzaro Junior.

Fonte: CNDL