Vivemos uma época em que estamos sempre correndo. Seja para dar conta do trabalho, das tarefas caseiras, dos estudos ou dos cuidados com os filhos. Estamos sempre ligados: atendendo o telefone, falando ao celular ou respondendo um e-mail. E muita gente não consegue se desligar dos compromissos nem no fim de semana, o que pode trazer prejuízos para a saúde física e mental.
“Relaxar é fundamental para o bem-estar físico, mas especialmente para o mental e também para quem acredita no espiritual. Não importa a quantidade de atividades que uma pessoa desempenhe, o valor está em despender algumas horas para permitir-se descontrair”, acredita a psicóloga e mediadora de conflitos, Eliana da Silva Ramos Arruda.
“O estresse leva a doenças psicossomáticas como pânico, depressão e até as físicas, como infarto, hipertensão e baixa imunidade”, diz a especialista. “Repare que é comum crianças e adultos no início das férias sofrerem com gripes, sinusites, alergias, e até cardiopatias”, comenta. A explicação é simples: o corpo prepara-se para relaxar, mas se a mente não acompanha, abre-se espaço para as doenças. “É como se o relaxar fosse interpretado pela mente como mais uma obrigação. A resposta orgânica é um colapso”, alerta Arruda.
Para a psicóloga, pequenas pausas na vida são imprescindíveis para que se possa manter o equilíbrio. “A saúde mental requer espaços ‘livres’, de distração, ou seja, sair do foco”. E tente tomar cuidado para não fazer com que os momentos dedicados ao lazer virem também uma obrigação.
Faça o exercício de se permitir curtir um momento de relaxamento, de distração e lazer, como ler um bom livro (que não tenha relação com trabalho), escutar música, ver filmes, ir a um show bacana, passear ao ar livre, curtir a família, os amigos e viajar, aconselha Arruda. “Tente se desligar do mundo externo o máximo que conseguir. Assim, você desfrutará de um bom descanso e poderá se restaurar para o que ainda está por vir. Se sentir que é necessário, procure ajuda terapêutica – para não se cobrar muito e conseguir chegar a um meio termo.”
Por Márcia Moreno
Do UOL, em São Paulo