Quem não consegue relaxar abre espaço para doenças, ensina psicóloga

6 de julho de 2012
Muita gente não consegue se desligar dos compromissos nem nas férias ou no fim de semana

Vivemos uma época em que estamos sempre correndo. Seja para dar conta do trabalho, das tarefas caseiras, dos estudos ou dos cuidados com os filhos. Estamos sempre ligados: atendendo o telefone, falando ao celular ou respondendo um e-mail. E muita gente não consegue se desligar dos compromissos nem no fim de semana, o que pode trazer prejuízos para a saúde física e mental.

“Relaxar é fundamental para o bem-estar físico, mas especialmente para o mental e também para quem acredita no espiritual. Não importa a quantidade de atividades que uma pessoa desempenhe, o valor está em despender algumas horas para permitir-se descontrair”, acredita a psicóloga e mediadora de conflitos, Eliana da Silva Ramos Arruda.

“O estresse leva a doenças psicossomáticas como pânico, depressão e até as físicas, como infarto, hipertensão e baixa imunidade”, diz a especialista. “Repare que é comum crianças e adultos no início das férias sofrerem com gripes, sinusites, alergias, e até cardiopatias”, comenta. A explicação é simples: o corpo prepara-se para relaxar, mas se a mente não acompanha, abre-se espaço para as doenças. “É como se o relaxar fosse interpretado pela mente como mais uma obrigação. A resposta orgânica é um colapso”, alerta Arruda.

Para a psicóloga, pequenas pausas na vida são imprescindíveis para que se possa manter o equilíbrio. “A saúde mental requer espaços ‘livres’, de distração, ou seja, sair do foco”. E tente tomar cuidado para não fazer com que os momentos dedicados ao lazer virem também uma obrigação.

Faça o exercício de se permitir curtir um momento de relaxamento, de distração e lazer, como ler um bom livro (que não tenha relação com trabalho), escutar música, ver filmes, ir a um show bacana, passear ao ar livre, curtir a família, os amigos e viajar, aconselha Arruda. “Tente se desligar do mundo externo o máximo que conseguir. Assim, você desfrutará de um bom descanso e poderá se restaurar para o que ainda está por vir. Se sentir que é necessário, procure ajuda terapêutica – para não se cobrar muito e conseguir chegar a um meio termo.”

Por Márcia Moreno
Do UOL, em São Paulo