Moedas de emergentes, como o real, sobem ante o dólar

13 de julho de 2012

Os mercados globais mostram discreta disposição à tomada de riscos após a China confirmar a desaceleração esperada

Os mercados globais mostram discreta disposição à tomada de riscos após a China confirmar a desaceleração esperada do PIB do segundo trimestre, para 7,6%, ante 8,1% no trimestre anterior. A produção industrial chinesa em junho subiu 9,5%, de +9,6% em maio, e as vendas no varejo mantiveram o ritmo, com alta de 13,8%.

O movimento de compra de ações e de commodities e de venda de dólares é limitado pelas incertezas geradas pelo início da temporada de balanços do segundo trimestre nos EUA. Em Nova York, o JPMorgan Chase & Co abriu a safra de resultados nesta sexta-feira. A instituição reportou queda no lucro do segundo trimestre, porém, menor que a esperada pelos analistas.

O dólar cai levemente em relação a moedas de países exportadores de commodities no exterior e influencia a abertura do mercado brasileiro. No mercado doméstico, o dólar à vista abriu em baixa de 0,15%, a R$ 2,0350 no balcão. Até 10 horas, oscilou entre mínima de R$ 2,0320 (-0,29%) e máxima, de R$ 2,0360 (-0,10%).

No mercado futuro, nesse horário, o contrato de dólar que vence em 1º de agosto de 2012 recuava 0,29%, a R$ 2,0385, após abrir em queda de 0,17%, a R$ 2,0410. Até o momento, esse vencimento de dólar oscilou entre mínima de R$ 2,0370 (-0,37%) e uma máxima, de R$ 2,0435 (-0,05%).

No exterior, o dólar exibe ligeira alta ante o euro e uma cesta de seis moedas fortes, mas recua em relação a divisas de emergentes ligadas a commodities. Às 10h04, a moeda dos EUA perdia diante do dólar australiano (-0,27%), do dólar canadense (-0,13%), da rupia indiana (-0,720%) e do dólar neozelandês (-0,21%). De outro lado, o euro recuava para US$ 1,2168, ante US$ 1,2203 no fim da tarde de ontem. O dólar ante uma cesta com seis moedas fortes estava em 83,768, de 83,636 na quinta-feira.

Embora a taxa de expansão chinesa de abril a junho tenha sido a menor desde o primeiro trimestre de 2009, o país asiático está confiante de que irá alcançar a meta de crescimento de 7,5% definida para este ano. A perspectiva anima os investidores. Para isso, a China pretende manter controle sobre o seu mercado imobiliário, a fim de evitar bolhas de ativos e de promover o desenvolvimento econômico sustentável a longo prazo.

Quanto à saúde do setor financeiro chinês, testes de estresse realizados com 17 grandes bancos do país mostraram que as instituições têm capacidade de absorver grandes choques, informou nesta sexta-feira o Banco do Povo da China (PBOC, na sigla em inglês). Mesmo que os empréstimos inadimplentes subam mais de 400%, o sistema bancário chinês como um todo, deve manter uma taxa de adequação de capital de 10,89%, abaixo dos 12,33% atuais, afirmou o banco em comunicado.

Em Nova York, O JPMorgan anunciou uma queda no lucro líquido de 8,7% no segundo trimestre deste ano, para US$ 4,96 bilhões, de US$ 5,43 bilhões no mesmo período do ano passado. Os ganhos por ação recuaram para US$ 1,21, de US$ 1,27, na mesma comparação, e superaram a previsão dos analistas de lucro de US$ 0,70 por ação. A receita diminuiu 16% no segundo trimestre, para US$ 22,89 bilhões, mas também ficou acima das estimativas de US$ 21,79 bilhões.

Nesse contexto, os investidores absorvem sem sobressaltos o rebaixamento do rating da Itália pela Moody”s. Tanto que o país vendeu a oferta máxima de 3,5 bilhões de euros em novos títulos de três anos, com taxa de retorno de 4,65%. A nota da Itália foi rebaixada em dois graus, de A3 para Baa2 – dois acima do nível especulativo. A expectativa é de que os bancos italianos também sejam rebaixados pela agência.

No Reino Unido, o Banco da Inglaterra (BOE, na sigla em inglês) e o Tesouro britânico lançaram hoje um novo esquema pelo qual os bancos que elevarem os empréstimos para famílias e empresas terão acessão a financiamento mais barato. A medida entrará em vigor em 1º de agosto e tem o objetivo de aumentar o volume de crédito no Reino Unido e de proteger a economia britânica dos efeitos da crise fiscal na zona do euro.

Fonte: MSN – ESTADÃO