Custo do dinheiro favorece mercado imobiliário

18 de julho de 2012

Em março desse ano escrevi uma coluna dando conta de que o custo dodinheiro no Brasil era muito alto, o que favorecia as instituições financeiras. De lá para cá a Selic saiu de 9,75% para 8%, mas as taxas de administração dos bancos continuam na casa dos 1,5% até 2%.

Uma aplicação financeira que fosse remunerada a juros de 8% ao ano e cuja taxa de administração estivesse fixada em 0,70% e não nos exorbitantes 2%, mesmo pagando 15% de IR, daria um retorno ao investidor da ordem de 6,21%. Ocorre que num ambiente de inflação que gira em torno de  5% a 6%, o retorno do investidor seria muito pouco.

Mas veja que estou falando em taxa da administração a 0,70%, o que não acontece e estamos bem distante desse cenário, tampouco, não sabemos como vai caminhar a inflação. Se de acordo como quer o governo, para o chamado centro da meta, estipulado pelo BancoCentral, em 4,5%, ou se segue uma outra trajetória.

A renda fixa tem dado muita dor de cabeça aos investidores que se voltam para a caderneta de poupança, cujas vantagens, não pagamento de IR e sem taxa de administração, está rendendo melhor do que os Fundos.

No entanto, o mercado imobiliário que não era competitivo com a Selic na casa dos dois dígitos, agora oferece ao investidor uma remuneração que varia de 0,90 a 1%, a depender do imóvel comercial ou residencial.

Uma sala de 35 metros quadrados no valor de R$ 210 mil pode propiciar um rendimento de 1%, o que significa R$ 2.100 ou R$ 1.890,00. Ou seja, grosso modo o investidor teria um rendimento anual entre 10.8% a 12%, bem acima dos 6,21% de uma renda fixa com uma taxa de administração que estivesse em 0,70%, e ainda a valorização patrimonial do imóvel.

O mercado imobiliário baiano com aproximadamente 14 mil imóveis prontos e em construção, para serem comercializados, representa uma boa oportunidade de negócio tanto para investimento, como para compra da casa própria, uma vez que as aplicações financeiras deixaram de ser aquele atrativo rentista, cuja rentabilidade era espetacular num passado bem próximo.

Na ponta dos imóveis residenciais há um outro atrativo que é o chamado condomínio clube, que está presente em muitos empreendimentos e cujo ciclo se esgotou, porque dificilmente teremos outro boom imobiliário, como aconteceu entre 2006 e 2010.

O mercado agora se depara com a retração de lançamentos  e com essa confusão estabelecida sobre a LOUOS, que não se sabe qual será o desfecho, se é que é possível falar em desfecho, tal o emaranhado jurídico que cerca a questão.

Seja o investidor que queira aplicar e obter rentabilidade imediata, no caso aluguel; ou aquele que está fazendo o investimento num imóvel que tende a se valorizar e com isso possibilite uma transação futura, com ganhos sobre o patrimônio, o mercado imobiliário nunca esteve tão atrativo como agora.

Fonte: Tribuna da Bahia