Os produtos e os serviços voltados para as crianças crescem acima da média da economia brasileira, e as redes voltadas para o setor fazem planos de expansão
Pequenas no tamanho, mas grandes na influência sobre o orçamento doméstico, as crianças brasileiras são personagens de um segmento de negócios que deve crescer acima da média da economia brasileira em 2012. Segundo dados do Ibope Inteligência, em 2011, os mercados de calçados e roupas infantis geraram um potencial de consumo de R$ 20,92 bilhões. Para este ano, a previsão do instituto é de que o consumo no segmento atinja R$ 24,19 bilhões – um crescimento de 15% sobre a projeção do ano passado. No segmento de brinquedos, as previsões também são otimistas. Segundo a Associação Brasileira de Fabricantes de Brinquedos (Abrinq), o setor faturou R$ 3,460 bilhões em 2011, sendo R$ 1,764 bilhão de produção nacional e R$ 1,696 bilhão de importações. Para 2012, a estimativa é de faturamento de R$ 3,806 bilhões – um crescimento de 10%.
De acordo com Ricardo Camargo, diretor executivo da Associação Brasileira de Franchising (ABF), o crescimento das franquias voltadas para o público infantil reflete uma tendência de segmentação do varejo brasileiro. Para ele, as principais redes se concentram nas áreas de vestuário, calçados e brinquedos, além de educação – com o serviço de reforço escolar.
Segundo a ABF, o segmento infantil representa 43 das 2.031 redes ligadas à entidade. Juntas, essas marcas faturam R$ 1,922 bilhão em 2011 – 2,16% do total de vendas das franquias no ano passado. Mas a tendência é de crescimento.
“O gasto com as crianças é muito maior do que há 20 ou 30 anos”, diz João Matta, coordenador do curso de Publicidade e Propaganda da ESPM e estudioso do assunto.
A ausência dos pais nos lares e a busca por uma compensação com um presente que chega ao final do dia foram fatores que contribuíram para esse crescimento, afirma. Além das mudanças sociais, com mães e pais com jornada de trabalho fora do lar, o aumento do poder de consumo médio no Brasil e o surgimento da nova classe média também contribuíram para esse crescimento. “Houve um aumento muito grande na oferta de marcas e produtos voltados para as crianças”, diz Matta.
De acordo com ele, os personagens de desenhos animados são os grandes favoritos dos pequenos, não importa a classe social. “As motivações de consumo das crianças são diferentes das dos adultos. Isso demanda responsabilidade dos profissionais que trabalham com marketing infantil”, diz Matta. Segundo o professor, crianças de diferentes classes tem um acesso à informação de maneira bastante semelhante. Como para os pequenos é difícil elaborar o que está dentro ou não do orçamento familiar, cabe à publicidade evitar o estímulo ao consumo desenfreado.
Continue lendo aqui.
Por Júlia Pitthan