Além da precariedade nas condições de trabalho para os comerciantes das barracas, e do prejuízo à estética da praça, a falta de estacionamento para o consumidor tem afetado o comércio do local
A convivência entre os lojistas e os camelôs das barracas da Praça da Bandeira é antiga. E engana-se quem pensa que esta convivência não é amigável, pois todos estão juntos em um só propósito: a melhoria das condições de trabalho para os camelôs e revitalização da Praça.
De acordo com a secretária do Sindicato de Sacoleiros, Ambulantes e Camelôs, Edna Rocha, que trabalha há dez anos com confecções em uma barraca na Praça da Bandeira, a situação de trabalho dos camelôs é crítica: “As principais necessidades são de banheiro e infraestrutura, pois, quando chove, o chão vira um lamaçal, além de ser feio e desorganizado. Não é um local adequado para o trabalho. Estamos aqui pela necessidade de trabalhar”.
Quanto ao relacionamento com os lojistas da Praça, Edna conta que antigamente eles tinham muito preconceito com o pessoal das barracas, mas atualmente a situação é diferente: “Hoje, os lojistas estão tendo outra visão. Nós atraímos o pessoal da roça e do interior que vem comprar aqui, e aí os lojistas vendem também. Nós ganhamos e eles também.”
Quem confirma é a proprietária de uma das lojas de confecções mais antigas da Praça, Monica Andrade: “A presença das barracas não atrapalha as vendas, pelo contrário, pois também trabalhamos com artigos populares e temos o mesmo público consumidor”. Entretanto, a lojista afirma que além da precariedade nas condições de trabalho para os comerciantes das barracas, e do prejuízo à estética da praça, a falta de estacionamento para o consumidor tem afetado o comércio daquela área.
O sócio-gerente de uma loja de utilidades para o lar, na Praça, há 38 anos, Sr. João Antônio Gomes afirma: “A respeito do pessoal das barracas, eles só vêm trazer benefícios para a gente. Inclusive, o pessoal da zona rural que vem fazer compras de confecções aí nas barracas é uma clientela também para a gente. O problema maior é para eles mesmos, pois não têm espaço, o local é desorganizado, não tem banheiro, inclusive usam o banheiro do nosso estabelecimento, e a gente não opõe, a gente disponibiliza sem problemas. Precisava, sim, de uma providência, porque aqui não tem estacionamento e as barracas tomam boa parte da rua e é difícil até dos carros passarem”.
“A” Solução
Lojistas e comerciantes das barracas concordam que a solução para esta situação é a construção do Shopping Popular. E Edna explica: “Construindo o Shopping Popular e a gente indo para lá, vai aumentar o fluxo de consumidores aqui no Centro da cidade até pelo fato de que este local aqui (o local onde estão as barracas) poder ser transformado em um estacionamento. Então, sendo aqui um estacionamento e estando bonitinho o Shopping Popular, lá na “Feira do Paraguai”, vamos atrair tanto os consumidores da zona rural, de outras cidades, como os daqui da cidade também.”
Por Analice Vieira – Ascom CDL