46% dos consumidores da classe C não têm marca preferida

17 de setembro de 2012

Pesquisa divulgada pelo instituto Data Popular aponta que 46% dos consumidores da nova classe C não têm uma “marca do coração” no país. Para o estudo, foram entrevistados 22 mil consumidores durante 20 dias. A pesquisa foi concluída em agosto e envolveu 17 categorias de produtos.

De acordo com Renato Meirelles, diretor do Data Popular, os consumidores foram interrogados, de forma aberta, sobre qual marca mais “conquistou seu coração”, independentemente da categoria. Isso significa que o entrevistado poderia dar a resposta que viesse à mente.

Entre os 54% dos consumidores da classe C que deram uma resposta, a Nestlé apareceu em primeiro lugar como a mais lembrada, com 4,1%, seguida da Samsung, com 3,9%, e Adidas e Nike juntas, com 3,7%. Para Meirelles, o fato de grande parcela dos consumidores não ter uma marca de preferência aponta que muitas empresas têm errado em suas estratégias de marketing.

“A preocupação é muito maior (…) nas lembranças do que em ser relevante para o consumidor. As empresas gastam milhões com as propagandas, mas não conseguem ter um manual de instrução que as pessoas entendam. O consumidor fica feliz porque ganha uma promoção de operadora de celular, mas depois consegue falar no call center”, afirma.

Entre os homens, a Adidas apareceu com 5,8% de preferência, seguida pela Nike (5,1%) e Samsung (4,9%).

Já entre as mulheres a Nestlé lidera, com 6,3% de preferência. Em segundo e terceiro lugar aparecem, respectivamente, O Boticário (4,2%) e Hering (3,1%).

A Nestlé também lidera na prefeência dos “maduros”, na divisão por idades, sendo a “marca do coração” de 4,9% dos entrevistados nessa faixa. Em seguida, aparecem Sony (4,2%) e Samsung (3,8%).

Entre os jovens, a “marca do coração” preferida e a Nike, com 4,2%, seguida por Samsung (3,6%) e Apple (3,2%).

Meirelles destaca que, em geral, as marcas que foram lembradas pelos consumidores são de categoria “premium”, que investem em qualidade. Isso acontece, na avaliação dele, porque o consumidor da classe C não tem a possibilidade de errar na escolha. “Se ele comprar uma marca de arroz que gruda, vai ter que comer arroz grudento o mês todo”, diz.

Já a elite, por exemplo, se erra na escolha, tem a possibilidade de comprar o item de outra marca, ressalta. De acordo com ele, a família da classe C usada nas pesquisas tem uma renda média de R$ 2,5 mil ao mês.

Fonte: Tribuna da Bahia
Imagem: Google