Pouco mais de um ano e meio depois de eu me mudar do interior de São Paulo para a capital, eu daria um grande passo em minha carreira de engenheiro de software em uma das maiores empresas de tecnologia do mundo, a Microsoft.
Eu me sentia extasiado. Meu trabalho era contribuir para o Internet Explorer no time de Windows, ou seja, eu poderia, de maneira direta, impactar positivamente a vida de centenas de milhões de pessoas em todo o mundo. Eu via claramente que aquela era uma oportunidade única e almejada por muitos dos profissionais que escolheram o mundo maravilhoso da tecnologia para suas vidas.
Era uma vida intensa e de muito trabalho. Desafios grandiosos e números nunca fora da casa dos milhões. Eu viajei muito, trabalhei com diversos dos melhores profissionais que já conheci e me acostumei a encarar o mundo das perguntas ainda sem respostas. Fiz diversos amigos e aprendi muito, pois cada reunião eu encarava como uma aula de estratégia, de visão de mercado e de como pensar o mundo sob uma perspectiva tecnológica diferente.
Mesmo eu gostando muito de tudo o que estava vivendo, notei que uma atividade antiga continuava muito presente em minha vida: a criação. Mesmo estando cansado, seja de alguma viagem ou de um dia intenso de trabalho no escritório, eu sempre utilizava meu tempo livre para exercitar a criação de algum projeto de software que eu havia imaginado.
Com o passar do tempo, notei que minhas ideias e projetos melhoravam, ficavam mais elaborados e interessantes. Eu realmente estava evoluindo nessa direção e gostando dos resultados. Eu tive a oportunidade de me aproximar da comunidade de startups que vinha se formando em 2011 e comecei a ver que aquele estilo de vida me fazia muito sentido.
No início de 2012, o trabalho era intenso, as ideias povoavam os meus pensamentos e o meu corpo dava sinais de que trabalhar o dia todo e ainda criar os meus próprios projetos era demais pra ele. Eu tentei de diversas formas resolver e continuar levando a mesma vida, mas era inevitável. A hora de tomar uma decisão se aproximava.
Depois de analisar bastante os últimos anos, tudo que eu havia construído e aprendido, os projetos que deixei inacabados e que, nas mãos de pessoas que tiveram ideias similares, tornaram-se produtos de sucesso no mundo todo, resolvi mudar o meu caminho.
A decisão de trocar a carreira promissora em uma multinacional por uma vida de incertezas foi muito apoiada por algumas pessoas especiais – e foi criticada por outras. Recebi muitos cumprimentos de amigos próximos que tinham a mesma vontade, mas não podiam fazer a mesma coisa por diversos motivos.
O reconhecimento me motivou ainda mais a continuar colocando as ideias em prática e me jogar neste mundo novo do empreendedorismo digital. E, depois, eu viria a descobrir o quanto isso vai além do desenvolvimento de software.
Essa foi a inspiração para uma nova fase da minha vida que desejo compartilhar com vocês aqui no blog. Desde fevereiro de 2012, dedico-me integralmente aos meus projetos, especialmente à startup que criei e que chamo de Noots (www.noots.me). Já adianto que, mesmo antes de o produto entrar em fase Beta, já acumulei muitas experiências importantes e já tive muita transpiração.
Espero que essas experiências possam ajudá-los tanto a se inspirar quanto a se preparar para realizar seus sonhos e levar uma vida próspera de empreendedorismo.
Já ia me esquecendo, mas meu corpo e mente agradeceram a decisão tomada. Tem sido ótimo empregar todos os meus conhecimentos no desenvolvimento de produtos adquiridos nestes últimos anos em minha startup e, de quebra, ter a saúde equilibrada de novo. Não poderia ser melhor, não é?
Por REDAÇÃO PEGN