Varejo se beneficia de estímulo ao consumo

5 de novembro de 2012

Os balanços do terceiro trimestre divulgados até agora mostram que as empresas varejistas estão se saindo melhor do que outros setores, favorecidas pelas medidas do governo para estimular o consumo. Redução de custos e estratégias para incrementar as vendas e a produtividade também beneficiam o setor, que mantém firmes seus planos de expansão.

O Grupo Pão de Açúcar, por exemplo, registrou lucro líquido de R$ 210 milhões no terceiro trimestre, aumento de 64,6% em relação ao mesmo intervalo de 2011 e 6,6% acima da média da previsão dos analistas consultados pela Agência Estado.

Segundo analistas, a companhia foi capaz de compensar pressões de curto prazo, como a intensa concorrência e elevados custos de logística, com uma melhor gestão de despesas operacionais. No segmento alimentar, os especialistas avaliaram a forte contribuição das vendas brutas no atacado, que avançaram 14,2% no terceiro trimestre em relação ao mesmo período do ano passado.

A Lojas Marisa registrou no terceiro trimestre lucro líquido de R$ 66,3 milhões, 95% maior que o verificado um ano antes. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) somou R$ 124,6 milhões, alta de 48,9% na mesma comparação. A margem Ebitda passou de 15% para 17,1%. A companhia apresentou receita líquida de R$ 729,9 milhões, avanço de 30,7% na comparação com igual intervalo de 2011.

Segundo a companhia, os fortes números registrados no terceiro trimestre deste ano refletem uma estratégia diferenciada. No período, a rede decidiu realizar uma grande liquidação de produtos de inverno, antecipou a coleção primavera-verão e implantou a seção de calçados em mais 100 lojas, totalizando 125 lojas, além da loja virtual.

A estratégia de antecipar a coleção primavera-verão também foi apontada por analistas como um fator que favoreceu as vendas da Lojas Renner no terceiro trimestre. A companhia lucrou R$ 68,5 milhões no terceiro trimestre, aumento de 20,9% na comparação anual.

O balanço da Arezzo também foi considerado positivo. O lucro líquido subiu 10,2% na comparação anual, o Ebitda cresceu 20% e a receita líquida, 30,6%.

A exceção entre as varejistas foi o balanço da Cia. Hering, prejudicado pelo fraco crescimento das vendas no sistema mesmas lojas, a queda da margem bruta e aumento das despesas, além de dificuldades enfrentadas por conta da inauguração de um novo centro de distribuição.

No caso da Ambev, a política de posicionamento de preços da companhia e a flexibilização do mix de portfólio foram apontados por analistas como pontos positivos da companhia no terceiro trimestre. Já o resultado forte da Natura no período foi apoiado na melhora da produtividade das consultoras e também no primeiro ganho de Ebitda nas operações internacionais.

Fonte: O Estado de São Paulo
Imagem: Google