Os balanços do terceiro trimestre divulgados até agora mostram que as empresas varejistas estão se saindo melhor do que outros setores, favorecidas pelas medidas do governo para estimular o consumo. Redução de custos e estratégias para incrementar as vendas e a produtividade também beneficiam o setor, que mantém firmes seus planos de expansão.
O Grupo Pão de Açúcar, por exemplo, registrou lucro líquido de R$ 210 milhões no terceiro trimestre, aumento de 64,6% em relação ao mesmo intervalo de 2011 e 6,6% acima da média da previsão dos analistas consultados pela Agência Estado.
Segundo analistas, a companhia foi capaz de compensar pressões de curto prazo, como a intensa concorrência e elevados custos de logística, com uma melhor gestão de despesas operacionais. No segmento alimentar, os especialistas avaliaram a forte contribuição das vendas brutas no atacado, que avançaram 14,2% no terceiro trimestre em relação ao mesmo período do ano passado.
A Lojas Marisa registrou no terceiro trimestre lucro líquido de R$ 66,3 milhões, 95% maior que o verificado um ano antes. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) somou R$ 124,6 milhões, alta de 48,9% na mesma comparação. A margem Ebitda passou de 15% para 17,1%. A companhia apresentou receita líquida de R$ 729,9 milhões, avanço de 30,7% na comparação com igual intervalo de 2011.
Segundo a companhia, os fortes números registrados no terceiro trimestre deste ano refletem uma estratégia diferenciada. No período, a rede decidiu realizar uma grande liquidação de produtos de inverno, antecipou a coleção primavera-verão e implantou a seção de calçados em mais 100 lojas, totalizando 125 lojas, além da loja virtual.
A estratégia de antecipar a coleção primavera-verão também foi apontada por analistas como um fator que favoreceu as vendas da Lojas Renner no terceiro trimestre. A companhia lucrou R$ 68,5 milhões no terceiro trimestre, aumento de 20,9% na comparação anual.
O balanço da Arezzo também foi considerado positivo. O lucro líquido subiu 10,2% na comparação anual, o Ebitda cresceu 20% e a receita líquida, 30,6%.
A exceção entre as varejistas foi o balanço da Cia. Hering, prejudicado pelo fraco crescimento das vendas no sistema mesmas lojas, a queda da margem bruta e aumento das despesas, além de dificuldades enfrentadas por conta da inauguração de um novo centro de distribuição.
No caso da Ambev, a política de posicionamento de preços da companhia e a flexibilização do mix de portfólio foram apontados por analistas como pontos positivos da companhia no terceiro trimestre. Já o resultado forte da Natura no período foi apoiado na melhora da produtividade das consultoras e também no primeiro ganho de Ebitda nas operações internacionais.
Fonte: O Estado de São Paulo
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