Cocriação: estratégia para retenção de talentos

28 de novembro de 2012

As empresas estão perdendo profissionais muito talentosos, e os mais corajosos estão virando empreendedores de causas muito nobres. Basta visitar os espaços de coworking que hoje já são bem difundidos em cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba e Porto Alegre, para comprovar essa afirmação.

Muitos destes profissionais quando questionados sobre o motivo de terem deixado os seus empregos, têm argumentos muito parecidos, como por exemplo:

  • Minhas ideias não eram valorizadas
  • Eu não me sentia parte da organização
  • Ia demorar muito tempo para eu ser percebido

Há um pouco de valorização pessoal nessas afirmações, e algumas vezes as atitudes e pensamentos podem até parecer prematuras, mas isso depende do ponto de vista.

O que eu particularmente valorizo são os resultados que estão emergindo de atitudes como essas, e acredito que muito em breve haverá uma transformação considerável no ambiente das empresas se estas não começarem a se mexer de verdade.

Philip Kotler, eno livro Marketing 3.0, traz uma visão que vale uma reflexão profunda para executivos e líderes de todas as áreas profissionais: “o ser humano é o centro das estratégias.”

É aqui que se encaixa uma abordagem que vem ganhando muita força nos negócios: o Design Thinking. Mas não é só compreender como o designer pensa durante o processo de desenvolvimento de soluções. O grande segredo está em aprender a aplicar metodologias e ferramentas criativas no dia a dia de empresas que têm cultura baseada no raciocínio analítico. E o raciocínio indutivo aonde fica?

Tenho insistido que a cultura de colaboração é o único caminho para que o indivíduo se descubra e deixe o seu talento fluir com menos culpa de ser compreendido como uma carta fora do baralho.

O pensamento e a atuação em rede (colaboração entre pessoas) é o grande guia para essa nova geração de profissionais que estão em busca principalmente de descobrir-se em suas carreiras (valorização do eu), e de participarem de projetos alinhados àquilo que acreditam e compartilham.

É por isso que bloqueios às mídias sociais e ao Google não funcionam, pois elas são ferramentas para geração de insights e busca de informações para muitos profissionais.

Tendo a empatia como viés da valorização do ser humano, construir um ambiente onde as pessoas possam trabalhar em desafios reais de forma criativa e colaborativa irá permitir às empresas um ambiente diferenciado, baseado na inovação e na valorização do indivíduo.

Percebam, essa nova geração é a mais adequada para inovar, então não percam a oportunidade de valorizar estes talentos!

Um mais um são dois? Só na matemática!

Por: Francisco Albuquerque*
Fonte: http://www.hsm.com.br

*Francisco Albuquerque é fundador da Agência de Cocriação e atua como business designer em projetos de inovação e desenvolvimento organizacional. Possui formação em Gestão de Negócios, Gestão da Inovação, Business Model e Design Thinking pela ESPM-SP. Contatos:Twitter LinkedIn