Poupança capta R$ 40,5 bilhões até novembro e bate recorde histórico

6 de dezembro de 2012

Somente em novembro, depósitos superaram retiradas em R$ 4,08 bilhões.
No último dia de novembro, limite para pagar 13º, entraram R$ 3,64 bilhões

O Banco Central informou nesta quinta-feira (6) que os depósitos superaram as retiradas em caderneta de poupança no valor de R$ 40,5 bilhões entre janeiro e novembro deste ano – novo recorde histórico, superando até mesmo 2010 inteiro, quando R$ 38,6 bilhões ingressaram na mais tradicional modalidade de investimentos do país. O ano de 2010 representava o recorde anterior para um ano fechado na série histórica do BC, que tem início em 1995.

Mudanças na rentabilidade da poupança
Os números da autoridade monetária mostram que a mudança do formato de rentabilidade da caderneta de poupança, feita pelo governo em maio deste ano, não afastaram os poupadores. A nova regra do governo atrelou os juros da poupança à taxa básica definida pelo Comitê de Política Monetária (Copom), para evitar que outras aplicações financeiras de renda fixa perdessem atratividade frente à poupança em função da queda do juro básico.

Os recursos depositados a partir de 4 de maio rendem o equivalente a 70% da Selic mais Taxa Referencial (atualmente zerada). Esse novo formato de rendimento da poupança foi aplicado, porém, somente quando a taxa básica de juros, definida pelo Banco Central, atingiu 8,5% ao ano – acionando o chamado “gatilho” para a mudança.

Com a Selic atualmente em 7,25% ao ano, a rentabilidade da poupança soma 5,07% ao ano. Mesmo que a Selic mude ao longo do período mensal considerado, a taxa aplicável é a vigente na data em que se deposita, ou seja, a do início do período. Pela regra anterior, que vigorava desde 1991, a poupança não podia render menos de 6,17% ao ano, mais TR. A nova regra vale somente para depósitos feitos de 4 de maio em diante. A modalidade continua isenta do Imposto de Renda e sem a cobrança de taxa de administração.

Mês de novembro
De acordo com a autoridade monetária, a captação líquida da poupança somou R$ 4,08 bilhões somente no mês de novembro, representando o melhor resultado para este mês desde 2009 (+R$ 4,46 bilhões). No último dia útil do mês passado, o dia 30, que foi o limite para o pagamento da antecipação do 13º salário dos trablhadores, os depósitos superaram as retiradas em R$ 3,64 bilhões. Deste modo, o ingresso de recursos do décimo terceiro salário representou grande parte da entrada de divisas de todo mês de novembro.

Atratividade
A “coach” financeira do MaisMoney, Christiane Monteiro, lembra que na caderneta de poupança, ao contrário dos investimentos em títulos de renda fixa, como o Tesouro Direto, ou em fundos de investimento dos bancos, não há incidência do Imposto de Renda. Além disso, a aplicação pode ser resgatada a qualquer momento.

Por estas características, segundo Christiane Monteiro, a poupança é interessante para garantir a segurança financeira das pessoas, para operações emergenciais, como em caso de doença ou perda de emprego. “A desvantagem é que as cadernetas de poupança rendem pouquíssimo, este ano devem chegar no máximo a 6%, é menos que a inflação”, completou ela.

De acordo com a “coach” financeira, uma alternativa mais rentável, considerando um investimento de um prazo mais longo, pode ser o Tesouro Direto – programa do governo federal de compra de títulos públicos pela internet para pessoas físicas.

“Mais vantajosos que planos de previdência privada, os títulos públicos federais são emitidos pelo Tesouro Nacional ao público, com intuito de financiar o déficit orçamentário da União e investimentos como educação, saúde e infraestrutura. Neste tipo de investimento é incidido Imposto de Renda sobre o rendimento dos títulos e, para investimentos com prazo inferior a 30 dias, o IOF. Vale lembrar que quanto maior o tempo para resgate nesse caso de investimento, maior a rentabilidade e menor a taxa de imposto de renda, os títulos são 100% garantidos pelo Tesouro Nacional”, avaliou ela.

Fonte: G1 – Economia