Mundialmente conhecido por adultos e, principalmente, crianças, o Papai Noel possui, como todo bom personagem, uma grande história. Ainda tão vivo e mantido na nossa cultura por anos e anos, o mito nem sempre foi como conhecemos hoje.
Por incrível que pareça, no século IV, quem distribuía presentes para as crianças no dia de Natal era uma pessoa real: o turco São Nicolau Taumaturgo. A história conta que, após a morte de seus pais, Nicolau tornou-se padre e, anos mais tarde, arcebispo de Mira, sua cidade natal, na Turquia.
Acredita-se que São Nicolau, que trajava vestes verdes, marrons ou vermelhas, carregava seu cajado em mãos e também montava um belo cavalo branco. Ele também ajudava os pobres na época natalina colocando sacos de moedas de ouro dentro das chaminés dos moradores de sua região. Tais presentes, por vezes, caíam dentro de meias penduradas na lareira para secar, originando, então, a tradição de deixar as peças de roupa visíveis para que o Papai Noel pudesse “abastecê-las” com lembranças.
Tido como santo pela Igreja Católica, São Nicolau de Mira foi lembrado, após sua morte, como um dos principais benfeitores daquele tempo. As festividades do período natalino passaram a contar com a presença simbólica do arcebispo, em forma de estátuas e outras representações. Logo, todo tipo de milagre ou lenda era atribuído à figura de Nicolau, sempre ilustrado com sacos de presentes nas mãos, barba longa e roupas do ofício.
Mudanças na aparência
Mesmo de fundo cristão, a aparência do arcebispo ganhou novas versões com o passar dos anos. Coroa de arbusto azevinho na cabeça e vestes semelhantes às de lenhadores europeus foi apenas o começo da mudança de aparência que o então personagem sofreu.
Em 1823, o lançamento do livro “Uma Visita a São Nicolau”, de Clement C. Moore, reforçou ainda mais a lenda do bom velhinho, porém, modificando e adicionando novos elementos à sua história. Escrito para os seis filhos do escritor, o poema presente no livro conta que Nicolau viajava em um trenó voador puxado por renas mágicas, conto que caiu no gosto popular rapidamente.
Antes magro e sério, o santo passou a ser representado como um gordinho risonho, sempre com uma barba branca no rosto e, às vezes, pequenos óculos de meia lua. Desta vez, foi o cartunista político Thomas Nast o responsável pela mudança.
As costumeiras vestes cerimoniais logo foram esquecidas e substituídas pelo conjunto roupa vermelha, gorro com a ponta branca e pelas botas e cinto pretos, caracterização popular até os dias de hoje. O desenhista Haddon Sundblom, autor dessa última e mais bem-recebida roupagem do mito, criou o visual para a campanha comercial de Natal da marca Coca-Cola, cujas cores dos produtos são as mesmas da vestimenta criada.
Nome e endereço
Nos Estados Unidos, o nome do personagem inspirado no bispo passou a ser “Santa Claus“, uma adaptação do apelido “Sinterklaas“, do qual o religioso era chamado. Já no Brasil, “Papai Noel” vem do título francês “Père Noël“, que significa “Papai do Natal”.
A morada do Papai Noel, assim como todo o resto de sua história, também ganhou versões. Na popular versão americana, o velhinho tem uma casa no Polo Norte. Porém, na Grã-Bretanha, acredita-se que ele mora nas montanhas de Korvatunturi, na Lapônia (Finlândia), onde existe, inclusive, um endereço oficial do escritório do velhinho, que recebe mais de 700 mil cartas anualmente.
Fonte: http://mulher.terra.com.br/