Crédito fácil e juros baixos fazem vendas e inadimplência crescerem em novembro

12 de dezembro de 2012

Para economistas, consumidor deve usar o 13º salário para quitar as dívidas, o que deve diminuir as previsões de crescimento das vendas para final de ano

O atual cenário econômico favorável ao consumo, aliado à falta de planejamento, contribuíram para o leve crescimento do endividamento do consumidor, que em novembro fechou em alta de 0,58% ante o mesmo período do ano passado, de acordo com o índice SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito). As vendas do comércio varejista também registraram crescimento de 5,63% frente a novembro de 2011, elevadas principalmente pelos bons níveis de emprego e de renda vivenciados pela economia brasileira.

Mês contra igual mês do ano anterior

Dados divulgados pelo Banco Central apontam que os empréstimos às pessoas físicas em outubro alcançaram R$ 563,4 milhões, um crescimento de 13% em relação ao mesmo período do ano passado. “Com crédito fácil e taxa básica de juros operando no mínimo recorde de 7,25% ao ano, temos um ambiente mais que propício para as compras a prazo. No entanto, o consumo exagerado, combinado com a falta de planejamento têm levado as famílias a se endividar”, explica a economista do SPC Brasil Ana Paula Barros.

Já na comparação com outubro de 2011, o índice de endividamento apresentou retração de 0,51%. O resultado reflete a preocupação do consumidor em quitar dívidas, sobretudo após o recebimento da primeira parcela do 13º salário. “Neste momento o brasileiro quer limpar o nome e honrar os compromissos assumidos. Não é à toa que apostamos em um crescimento modesto de 4% nas vendas de Natal e em um tíquete médio de R$ 83, quando tivemos um de R$ 100 no ano passado”, analisa Roque Pellizzaro Junior, presidente da CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas).

Vendas

A facilidade de acesso ao crédito e as baixas taxas de juros ajudaram a alavancar as vendas em relação a novembro de 2011, que subiram 5,63%. O cenário fica ainda mais favorável ao consumo, quando a taxa de desemprego de 5,3%, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), é a menor já registrada nos últimos dez anos e o índices de renda do trabalhador conseguem se manter altos e estáveis.

Ao contrário do que ocorreu na comparação anual, as vendas apresentaram queda de 5,31% em relação a outubro de 2012. A explicação vem dos bons resultados obtidos com as vendas do Dia das Crianças. “É natural que tenhamos uma queda no índice de vendas após uma grande festa do comércio. Além disso, tivemos dois feriados prolongados em novembro, o que diminui o movimento do comércio”, explica a economista.

Fonte: CNDL