Segundo dados do Censo, 33% ganhavam entre 1 e 2 salários mínimos.
63,1% dos trabalhadores de 10 a 13 anos não recebiam rendimento
Mais de 70% dos brasileiros ocupados com 15 anos ou mais ganhavam, em 2010, até dois salários mínimos, segundo dados do Censo, divulgados nesta quarta-feira (19) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A maior concentração, 33%, aparece na faixa entre um e dois salários mínimos.
De acordo com a pesquisa, 24,7% dos brasileiros ocupados com 15 anos ou mais tinham renda de meio a um salário mínimo. Outros 7,9% tinham renda de até meio salário, e 0,6% não tinham rendimento (faixa que inclui os que recebiam somente benefícios).
Na faixa mais alta de renda, acima de 20 salários mínimos, apareciam 0,9% dos trabalhadores. Outros 2,2% recebiam entre 10 e 20 salários.
Do total dos rendimentos mensais de todas as fontes, os 10% das pessoas com os rendimentos mais elevados detiveram 51,3% do total em 2000, fatia que caiu para 48,8% em 2010. Os 10% com os menores rendimentos, por sua vez, ficaram com 1,1%, em 2000, e 0,8%, em 2010.
Considerando apenas as remunerações de trabalho, os 10% das pessoas ocupadas com os maiores rendimentos detiveram 45,3%, em 2010, proporção menor que os 50,5% registrados em 2000. Já os 10% com os menores rendimentos ficaram com 1,3%, em 2010, e 1,0%, em 2000.
Entre os trabalhadores entre 10 e 13 anos de idade, 63,1% não recebiam rendimento de trabalho, segundo o IBGE. Entre os 14 e 15 anos, 35,8% se encontravam nessa situação, enquanto entre 16 e 17 anos de idade esse percentual caía para 16,7% – resultado ainda muito mais elevado que o das pessoas de 18 anos ou mais de idade (5,6%), aponta o estudo.
Entre os empregadores que não eram contribuintes de instituto de previdência oficial, o rendimento nominal médio mensal ficou em R$ 3.873, o equivalente a 71,6% do percebido pelos que eram contribuintes (R$ 5.409). .
O segundo rendimento nominal médio mensal do trabalho mais elevado foi o dos trabalhadores por conta própria, que ficou em R$ 986 entre os não contribuintes e R$ 2.272 entre os contribuintes de instituto de previdência oficial.
Dentre os empregados, a categoria dos militares e funcionários públicos estatutários teve o rendimento nominal médio mensal mais elevado, de R$ 2.407. No subgrupo dos trabalhadores domésticos, o rendimento nominal médio mensal do trabalho variou de R$ 640, para os com carteira de trabalho assinada, a R$ 383, para os sem carteira de trabalho assinada.
De 2000 a 2010, o rendimento real médio mensal do trabalho principal dos trabalhadores por conta própria e de todas as categorias dos empregados cresceu, enquanto o dos empregadores teve declínio de 18,6%.
Mais de um trabalho
Os dados do censo também mostram que, em 2010, 4,3% da população ocupada tinha mais de um trabalho. Esse percentual era maior entre as mulheres, de 4,6%, que entre os homens, de 4%. Em 2000, esses percentuais estavam em 3,5%, para o total, 3,2%, para os homens, e 4,1%, para as mulheres.
A maior concentração de pessoas com mais de um trabalho foi entre os de nível superior completo, representando 36,2% do total.
Fonte: G1 – Economia