Brasil tem o maior número de empregados domésticos no mundo

9 de janeiro de 2013

O Brasil é o país com o maior número de empregados domésticos no mundo, segundo os números do primeiro estudo sobre o tema realizado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) e divulgado nesta quarta-feira. Dos 52,6 milhões de trabalhadores domésticos, 7,2 milhões são brasileiros. O crescimento desses profissionais no país, porém, está menor do que a média mundial: crescimento de 42% ante 58,4% no mundo de 1995 a 2010.

Para calcular o número de trabalhadores domésticos, a OIT usou estatísticas oficias de 117 países e territórios. Em outro relatório, a organização estima que o total de trabalhadores no mundo em 2012 tenha ficado pouco acima de 3 bilhões de pessoas. O total de trabalhadores domésticos responde, sozinho, pela força de trabalho correspondente à de países como México ou Nigéria, informou a OIT, que alerta que ‘é provável que os números do relatório subestimem os números reais dos trabalhadores domésticos, que na realidade poderiam ser dezenas de milhões a mais’.

O relatório mostra ainda que 83% do total de trabalhadores domésticos no mundo são mulheres. Em países do Oriente Médio, uma em cada cinco trabalhadoras é doméstica. No Brasil, elas são maioria: 93%. Em escala mundial, o trabalho doméstico representa 7,5% do emprego assalariado das mulheres.

O maior número de trabalhadores domésticos foi encontrado na Ásia e no Pacífico, com 21,4 milhões de pessoas. Na sequência, vêm América Latina e Caribe (em torno de 19 milhões), África (próximo a 5 milhões), países desenvolvidos – na classificação da OIT – (quase 3 milhões) e Oriente Médio (pouco mais de 2 milhões).

Apenas 5,3 milhões de trabalhadores domésticos do mundo (o equivalente a 10% do total) são abrigados pela legislação trabalhista no mesmo nível que os demais empregados. A organização estima que para 56,6% dos trabalhadores domésticos não há limite de horas semanais de trabalho. Além disso, 44,9% não têm direito a folga semanal e 4,5% têm descanso semanal menos favorável do que os demais trabalhadores.

Além disso, o número de 52 milhões exclui os trabalhadores domésticos menores de 15 anos, que não constam nas enquetes utilizadas pelo relatório e que um estudo da OIT de 2008 calculou em pelo menos 7,4 milhões.

Fonte: Veja (Com Estadão Conteúdo e agência EFE)