Muitas pessoas ao redor do mundo tem nos respondido que sua maior motivação é o novo. São basicamente movidas por novas experiências, novos lugares, novas pessoas, novas situações… Por um lado, a busca pelo novo é algo extremamente positivo pois sempre podemos descobrir, aprender, nos testar. Mas devemos ter cuidado quando a busca pelo novo se torna insaciável.
Por que o ser humano tenta a todo custo fugir da rotina? Qual é o incômodo que ela nos causa?
A cada segundo milhões de novas informações estão disponíveis em todo o planeta, a Terra não dorme… enquanto estamos no ápice do cansaço, colocamos a cabeça no travesseiro e entramos num sono profundo, em outros lugares do mundo nações inteiras se despertam pra começar mais um dia de trabalho. Assim que despertamos já temos acesso às inúmeras novidades vindas da parte do mundo que está na nossa frente, vivemos mesmo num modo “24 horas” e a ânsia pela novidade ou por algo diferente parece ser marca do ser humano das últimas décadas.
Esse exagerado “consumismo de novidade” é promovido de várias maneiras, como por exemplo pelas indústrias de eletrônicos e tecnologia, que nos tornam cada dia mais dependentes de seus novos programas, equipamentos e facilidades. Tornou-se habitual e necessária a presença de algo novo em nossos dias, instalou-se a expectativa constante pelo que está por vir.
Ao buscar excessivamente pelo novo devemos ter cuidado pra não beirarmos a superficialidade, pois mal conseguimos algo já queremos outra coisa e isso vem se estendendo também no nosso dia a dia e no nosso comportamento: entramos num emprego e logo saímos, encontramos uma namorada e depois de uma semana bye bye, compramos um carro novo e meses depois já queremos outro e assim por diante. Talvez estejamos insatisfeitos com o que alcançamos pois sequer sabemos o que buscar.
Parece que a ordem é: fugir da rotina e não perder tempo com a mesma coisa, afinal o acesso ao mundo está liberado. Para “ajudar” a internet se encarregou de catalogar o universo para nós; basta digitar uma palavra pra encontrarmos milhões de assuntos relacionados. Esse excesso de facilidade nos fez vislumbrar um infinito de possibilidades, mas também nos fez esquecer que o mundo virtual e o real apesar de se conectarem definitivamente não são a mesma coisa.
Acredito que o ser humano venha ao planeta Terra com preocupações naturais mais relevantes e profundas. O novo serve para nos mover, mas não podemos ser atropelados por ele. O novo é um desafio mesmo dentro da rotina, para recriarmos nosso dia e reinventarmos a nós mesmos. Um grande desafio é achar o novo dentro de nós, só assim poderemos dimensionar nossa evolução pessoal e almejar aquilo que realmente importa.