A pressa é inimiga da web

6 de fevereiro de 2013

Verdade ou mentira, histórias de pescador ganham fama e circulam rápido. No marketing digital e na web existem muitos “especialistas ”contando histórias para ganhar clientes e vender possíveis soluções completas. Portanto, muito cuidado ao contatar serviços que prometem milagres da noite para o dia em vendas, promoção ou marketing.

Se temos algo de verdade a aprender com os pescadores é sobre a paciência. Desde a preparação do equipamento, isca, transporte, tudo é lento e requer um método e concentração.

O pescador sabe que não decide tudo sozinho; depende dos peixes, do tempo, da correnteza, do silêncio e da calma. Ele precisa se adaptar e principalmente saber esperar, às vezes durante muito tempo ou até dias, para conseguir seu “peixe”. Da mesma forma, virais costuma fazer barulho instantâneo na web, mas tão rápido quanto surgem, desaparecem na multidão.

Internet é trabalho lento e personalizado sim, mas é também feijão com arroz. Planejamento, ação e avaliação, tudo muito de perto, na ponta do lápis e controle adequado das informações, pois, conforme as condições, os peixes também somem. Haja paciência e atenção.

Parece uma contradição num tempo em que tudo acontece tão rápido, em ritmo acelerado. Mas a verdade é que para bons negócios muitas regras não mudam, no mundo físico ou digital.

Se falhas ou limitações já existem no ambiente real não é passando para o digital que tudo se resolve. Pelo contrário, pode piorar.

Os clientes vão continuar querendo sempre um bom atendimento, e se sentir valorizados, ouvir a verdade, comprar produtos sinceros e só valorizar se se sentirem respeitados como consumidores. Sejam dezenas ou centenas ou milhões, querem se sentir únicos.

O fato de agora todos estarem todos “acessíveis” nas redes sociais é uma tremenda ilusão. Como enormes redes de pescaria que parecem poder pegar tanta coisa ao mesmo tempo, mas acabam sendo menos eficientes e ainda mais danosas ao meio ambiente.

A internet é viva e as pessoas são muito mais espertas e volúveis do que parecem. Em termos de interação e compartilhamento qualquer erro ou vacilo gera um efeito de disseminação. Bem sabem disso os pescadores solitários que aperfeiçoam sua arte durante anos a fio, sob qualquer tempo.

Entre tantos “cases” modernos e alguns “causos” antigos, talvez tenhamos ainda muito a aprender com o jeito de fazer negócio dos comerciantes, que do balcão sabiam lidar diretamente com seus clientes. E tocar seus negócios muito bem.

Por Roberto Tostes