Estímulos ao consumo já foram dados, agora o foco é investimento

18 de fevereiro de 2013

Estímulos ao consumo já foram dados, agora o foco é investimento, diz Mantega

consumo conscienteDepois de sucessivos estímulos ao consumo como estratégia para retomar o crescimento da economia nos últimos anos, a prioridade do governo passou a ser medidas que façam os empresários desengavetar projetos de investimento.

Em Moscou, na Rússia, onde participa do encontro dos países que integram o G-20, o ministro Guido Mantega (Fazenda) disse que “para o consumo, os estímulos já foram dados e estão fazendo efeito. Agora, “estamos dando mais estímulos a investimentos”.

Medidas pontuais –como a redução de IPI adotada para fazer deslanchar entre outros setores o automobilístico– até poderão entrar no radar do governo, mas a demanda interna deixou de ser o foco da equipe econômica.

“Em janeiro, a indústria automobilística vendeu muito bem. Esses estímulos são só para dar um empurrão que também estimule os investimentos. Porque os investimentos não se fazem se não há mercado consumidor adequado”, disse o ministro.

Porém, foi taxativo e disse que não há planos para novos estímulos ao consumo. “Estamos muito focados em investimentos”.

A necessidade de os países buscarem elevar os aplicações de longo prazo que deverá ser canalizada, sobretudo, para projetos na área de infraestrutura é um dos temas na pauta de reunião do G-20.

A estratégia é apontada como alternativa para recuperar o baixo crescimento registrado no mundo no ano passado.

INFLAÇÃO

No caso brasileiro, a preocupação do governo tem como pano de fundo não apenas a retomada do crescimento depois do desempenho pífio em 2012, quando estima-se que o país tenha crescido apenas 1%, mas também ajudar no controle da inflação.

A presidente Dilma Rousseff não quer fechar mais um ano da sua gestão com crescimento fraco e, apesar das dificuldades no cenário internacional, onde as principais economias enfrentam recessão, quer garantir, pelo menos, 3% de aumento do PIB (Produto Interno Bruto) este ano.

Na ata da última reunião do Copom, o comitê do BC que define o trajetória dos juros, os diretores da instituição deixaram claro que o problema da inflação não é demanda, mas de falta de oferta.

Aumentar os investimentos é condição essencial para retomada do crescimento sem riscos de pressão inflacionária.

A taxa de investimento no país está abaixo de 20% do PIB. Recentemente, em seminário para promover a investidores a lista de obras de infraestrutura prioritárias para o governo, o ministro Mantega que o Brasil precisa buscar taxas de investimento acima de 24% do PIB.

E, para isso, a colaboração do setor privado é fundamental, já que o setor público não tem condições de bancar sozinho os projetos necessários.

Todo esforço da equipe econômica está voltado para convencer bancos e grandes fundos a financiarem as obras.

Fonte:  Folha de S. Paulo
Imagem: google