Entrevistadas apontam benefícios mais valorizados e indicam o que deve ser feito para a retenção de talentos
Quais as políticas de trabalho e benefícios que fazem de uma empresa o lugar ideal para se trabalhar na opinião das mulheres? Esse foi o tema de uma pesquisa da Sophia Mind, empresa de inteligência de mercado do grupo Bolsa de Mulher, realizada em setembro desse ano com 465 entrevistadas, entre 25 e 50 anos e nível superior completo, funcionárias do setor público ou privado de todo o Brasil.
Para elas, a empresa ideal não é a que paga o melhor salário apenas. Ela deve respeitar a qualidade de vida de suas funcionárias, já que ser empregada de uma empresa é apenas um dos muitos papéis que a mulher contemporânea desempenha no seu dia-a-dia. Oitenta e quatro por cento das entrevistadas disseram que as atividades profissionais não anulam as domésticas. Quando questionadas sobre os critérios para escolher uma empresa para trabalhar, elas atribuem um peso maior às oportunidades de crescimento e à valorização da carreira do que às vantagens financeiras. Já quando se trata de benefícios oferecidos, 63% delas citaram o aconselhamento de carreira como o principal fator de retenção em uma empresa. Os demais benefícios têm pesos diferentes, de acordo com o momento pessoal de cada uma.
Plano definido de cargos e salários (59%), stock options (50%) e prioridade no recrutamento interno (47%) têm peso maior para reter mulheres sem filhos, enquanto sala de aleitamento (54%), berçário (50%), programas sociais e ambientais (49%) e a possibilidade de trabalhar em casa (41%) agradam mais àquelas que são mães. Em relação à nota que atribuem ao quadro de benefícios oferecidos pelas empresas em que trabalham hoje, em uma escala de um a dez, a média foi 5,3. Apenas 7% delas deram notas nove ou dez a suas empresas, enquanto 10% deram nota zero ou um.
Foi observado também um desencontro sobre alguns benefícios que as mulheres gostariam de ter e o que as empresas onde atuam oferecem. Noventa e três por cento delas gostariam de ter bolsa de estudos, mas apenas 22% das entrevistadas possuem o benefício; 86% delas gostariam de ter um horário de trabalho flexível, mas apenas 37% podem usufruir disso; 75% delas gostariam de ter auxílio educação para os filhos, mas apenas 11% das entrevistadas o têm; e 72% valorizam programas de prevenção a doenças, e eles só ocorrem para 38% das mulheres pesquisadas.
Sessenta e nove por cento das mulheres disseram ainda que não possuem preferência por chefes homens ou mulheres, apesar de observarem diferenças na gestão entre os gêneros. De uma forma geral, elas avaliam que as mulheres são mais sensíveis, melhores nas relações pessoais e priorizam o trabalho em equipe. Sessenta e seis por cento delas também acreditam que se uma mulher ocupasse o maior cargo da empresa onde trabalham, ela brigaria mais pela qualidade de vida, benefícios e direitos das funcionárias.
Fonte: http://www.sophiamind.com/
Imagem: nest.cienciassociais.ufg.br