O poder das palavras

21 de março de 2013
palavras
Você já parou para pensar sobre o impacto que as palavras têm na nossa vida? Esse é um assunto que me fascina. Acabei de ler este artigo e resolvi compartilhar com vocês.

Para que possamos atingir a maioria dos nossos objetivos, como perder peso, progredir profissionalmente ou melhorar um relacionamento, temos não só que tomar atitudes diferentes como também deixar para trás costumes antigos – comer demais, procrastinar, dar muita importância aos detalhes etc.

Se é difícil encontrar motivação para desenvolver novos hábitos, é mais complicado ainda abandonar velhas práticas. Precisamos de ajuda e de estratégias eficazes. Autocontrole é importante, mas a força de vontade por si só não é suficiente.

Felizmente, existem estratégias que funcionam: uma delas foi descoberta recentemente por uma equipe de pesquisadores do Boston College e da Universidade de Houston. Imagine que você esteja fazendo dieta e jantando em um ótimo restaurante. Ao terminar de comer, o garçom sugere: “Você sabia que somos famosos por um maravilhoso bolo de chocolate? Gostaria de experimentar?”

O que você pensaria? “Eu não posso comer bolo de chocolate” ou “Eu não como bolo de chocolate”. Caso pense que não faz diferença, você está totalmente enganado. “Não faço” e “não posso fazer” podem parecer semelhantes, mas, psicologicamente, são totalmente diferentes. Psicólogos sociais confirmam que diferenças sutis na linguagem que usamos podem ter um efeito poderoso em nossos pensamentos, sentimentos e comportamento.

“Eu não faço” é uma questão de opção, e portanto nos dá a sensação de poder. É uma afirmação da sua determinação e força de vontade. “Eu não posso fazer” não é uma escolha, e sim uma restrição que está sendo imposta. A frase, portanto, mina a nossa sensação de autonomia.

Essa diferença pode ser bastante significativa. Em uma pesquisa, alunos que estavam fazendo uma dieta saudável receberam a seguinte instrução: ao se sentirem tentados a sair da dieta, deveriam escolher entre as alternativas “eu não faço” ou “eu não posso” (eu não como doce ou eu não posso comer doce, por exemplo). Ao saírem do laboratório, tinham a opção de pegar um chocolate ou uma barra de cereais como agradecimento pela participação no estudo. 64% dos alunos que disseram “eu não faço” escolheram a opção saudável, contra 39% do grupo dos “eu não posso”.

Em outra pesquisa, 24 mulheres em um programa de condicionamento físico foram instruídas a usar as expressões “eu não faço” ou “eu não posso” quando estivessem prestes a cair em tentação (não ir a ginástica ou comer um docinho, por exemplo). Nos dez dias seguintes, essas mulheres enviaram e-mails dizendo se a estratégia estava ou não funcionando. Se a resposta era negativa, elas eram instruídas a parar. No final do estudo, 8 das 10 mulheres que usaram a expressão “eu não faço” continuavam aplicando a estratégia com sucesso, e somente 1 das 10 que usaram “eu não posso” continuou até o final.

É muito fácil aplicar o estudo na sua vida: toda vez que se flagrar pensando: eu não posso ter ou fazer isso, simplesmente diga: “Não, eu não faço isso”. Porque, na verdade, a escolha é sua. O poder de decidir o que você faz ou não é realmente seu. Quando pensamos constantemente “eu não posso”, é muito fácil se esquecer disso.

Está na hora de retomar o poder, e agora você já sabe por onde começar.

Elisabete Miranda é administradora de empresas e dona da CQ fluency, empresa que facilita o entendimento cultural entre pessoas que não falam o mesmo idioma. Mora nos EUA há 18 anos. Twitter: @esmiranda

Por Elisabete Miranda- Redação PEGN