Segundo dados da IDC, a venda de smartphones no Brasil cresceu 78% em 2012, enquanto os celulares simples caiu 25%.
Em 2013, esses números devem crescer ainda mais. A IDC estima que o Brasil se torne o 5º maior mercado de smartphone do mundo.
Com tanto smartphone no mercado brasileiro, significa espaço para crescimento de uma tendência mundial, o mobile payment (pagamento via dispositivos móveis ou, simplesmente, pagamento móvel).
Após ler uma matéria bacana no site MASHABLE sobre o assunto (The Future of Retail: How Mobile Payments Are Changing the Retail Experience), resolvi reescrever o texto, em português, pra facilitar o entendimento de vocês. Confiram o resultado abaixo:
O setor varejista, no mundo todo, está tentando lidar com o desafio de consumidores cada vez mais conectados. Isto significa um aumento das expectativas dos consumidores em relação aos seus dispositivos móveis.
Segundo o relatório “Best Retail Brands 2013“, recém lançado pela Interbrand, “os varejistas estão buscando se mobilizar para resolver os maiores problemas que estão se deparando na Era Digital: Onde e como encaixar o digital na empresa? Como se reorganizar para se apresentar numa abordagem multicanal? Como mudar a cultura da marca para responder às novas demandas?”
As vendas via dispositivos móveis, estão crescendo rapidamente. Os pagamentos em lojas de móveis quase que quadruplicou no ano passado, nos EUA. Somente o PayPal, processou cerca de US$ 14 bilhões em pagamentos móveis em 2012, de acordo com a Business Insider. Esse dado não deixa dúvida de que os pagamentos via dispositivos móveis precisam ser uma parte fundamental da estratégia de varejo futuro.
Na semana passada, a FTC (Federal Trade Commission – EUA) divulgou um relatório intitulado, “Papel, plástico… ou móvel?”. A FTC cita uma pesquisa da KPMG, que afirma: 83% dos executivos do varejo de serviços financeiros, tecnologia e telecomunicações acreditam que os pagamentos móveis vai ter uma adoção generalizada pelos consumidores até 2015.
Outro recente estudo do JPMorgan, divide o estado atual do mercado de comércio móvel da seguinte maneira:
1. A aceitação móvel (qualquer solução baseada em pagamento via dispositivos móveis);
2. As carteiras móveis (aplicativos que permitem aos consumidores, utilizar seus dispositivos móveis como meio de pagamento em substituição aos cartões de crédito ou débito);
3. Mobile Commerce (e-commerce através de qualquer dispositivo móvel).
Já existe uma ampla gama de soluções entrando no mercado de pagamentos móveis em um ritmo quase vertiginoso. Na edição mais recente da “Mobile World Congress” a Master Card mostrou um sistema de pagamentos móveis chamado de “MasterPass“.
Ao mesmo tempo, a Visa anunciou parcerias de pagamento móvel com Samsung e Roam, fabricante de sistemas de ponto-de-venda.
E isso é apenas a ponta do iceberg de pagamentos móveis, pois, uma série de outros, incluindo um sistema do PayPal, o Google Wallet e o Square (aceito na rede Starbucks).
Algumas soluções, como o meio de pagamento Intuit, estão usando mercados mais receptivos na Europa, como o Reino Unido, para lançar serviços de pagamento móvel antes de lançar globalmente.
Alguns grandes varejistas e pequenas empresas têm tomado providências, quase que num passo-a-passo para as novas tecnologias de pagamento, substituindo caixas registradoras por tablets (principalmente iPads) e equipando o pessoal de vendas com scanners portáteis de cartão de crédito.
Certamente, pequenas alterações como essas, que não necessitam de muita ação do consumidor, já oferecem uma experiência de compra mais eficiente e são bem recebidas, mas, será que o consumidor vai ter sempre que passar por um caixa nas lojas? Pelo menos um varejista Americano, JCPenney, já brincou com a ideia. Em julho passado, o controverso CEO da JCPenney, Ron Johnson, anunciou que eles eliminariam os caixas até 2014, alardeando uma mudança drástica para a rede varejista.
Embora seja provável que a JCPenney tenha um longo caminho pela frente antes de matar o caixa, a maioria dos varejistas americanos já começaram a ter algum tipo de conhecimento sobre a tecnologia NFC (Near Field Communication). Essa tecnologia permite que um consumidor possa acenar com seu cartão de crédito ou com seu dispositivo móvel em um terminal de pagamento sem tocá-lo (um pagamento “sem contato”, como é chamado) para completar uma transação. Testes com NFC já estão em andamento desde o ano passado e fabricantes como Lenovo e Samsung estão utilizando a tecnologia NFC em seus tablets e smartphones, apesar da sua adoção ainda estar bastante lenta.
Obviamente, os pagamentos móveis têm implicações de longo alcance para os varejistas. Apesar de beneficiar os consumidores, os pagamentos móveis também levantam questões quanto a segurança dos dados e a privacidade. “De repente, o telefone celular está prestes a ser transformado em um espião do seu banco no seu bolso“, observa Jeffrey Chester, diretor executivo do Centro para a Democracia Digital.
De certa forma, é uma espécie de um ponto de inflexão de privacidade, porque um único dispositivo sabe todos os locais que você vai, sua história geográfica, suas conexões de mídia social e seus comportamentos financeiros.
No entanto, está claro que tais preocupações não estão impedindo os varejistas de implantarem os pagamentos móveis. O “rei do varejo“, Walmart já está pronto para aimplantação do Scan&Go, um iPhone, apenas (por enquanto) sistema de self-checkout.
O sistema, que foi pilotado pela Walmart Labs, em agosto passado, permite que os consumidores com o aplicativo instalado nos seus iPhones, possam comprar e pagar pelos produtos, fazendo a experiência da loja, muito mais eficiente. Walmart diz que também está trabalhando em uma versão Android do aplicativo.
Aqui Vídeo apresentando o Google Walle
Por: Pedro Cordier*
Disponível em: Conectividade
*Pedro Cordier é CEO da Equilibra Digital, consultor, palestrante e especialista em Comunicação, Criatividade e Conectividade. Formado em Marketing e Pós-graduado em Jornalismo Digital, leciona em cursos de Graduação e de MBA. Ganhador do prêmio colunistas Norte-Nordeste pelo case “Tweetdoor” em 2011 e eleito “o melhor perfil de Profissional de Comunicação no Twitter” nos últimos 02 anos (votação promovida pelo site Midiatismo). Eleito em 2012, um dos 100 Top Marketing Professors on Twitter pela Social Media Marketing Magazine.
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