Novos direitos das domésticas podem causar até 815 mil demissões

27 de março de 2013

Número foi estimado pela ONG Doméstica Legal, que realizou pesquisa com 2.900 empregadores

domesticaO aumento do custo de manutenção de empregados domésticos, determinado pela aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 66, a PEC das Domésticas, pode provocar aumento da informalidade e desemprego. A ONG Doméstica Legal, por exemplo, estima até 815 mil desligamentos. Em janeiro, ela realizou uma pesquisa com 2.900 empregadores, e 85% disseram que demitiriam caso a PEC fosse aprovada.

A organização é favorável à concessão de mais direitos aos empregados domésticos, mas avalia que isso deveria ser contrabalançado com uma redução de custos para o empregador. Dessa forma, o impacto negativo das mudanças seria menor.

O governo chegou a estudar, há dois anos, a criação de um “Simples das Domésticas”. Tal como é feito hoje pelas micro e pequenas empresas, os empregadores recolheriam um determinado valor, que cobriria as contribuições ao Instituto Nacional do Serviço Social (INSS) e ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), por exemplo. O Simples também tornaria o cumprimento das obrigações do empregador menos complicado. A proposta, porém, não avançou na época.

Outra consequência pode ser o aumento a informalidade, avalia o advogado trabalhista Renato Rua de Almeida. Ele acredita que essa pode ser a solução encontrada especialmente por empregadores de classe média e média baixa. “Essas pessoas vão começar a contratar diaristas duas vezes por semana para não criar vínculo trabalhista, porque a partir de três já se cria esse vínculo.”

Mas há também quem recomende calma. O advogado trabalhista Renato Rua de Almeida, professor da PUC-SP, destaca que a família que demitir a empregada doméstica a partir de agora correrá o risco de sofrer uma ação trabalhista contra si. “Em geral, sem pagar horas extras, o patrão vai ter um custo a mais de 8% ao mês, apenas. Não pesa tanto no bolso, e evita um problema judicial”, disse Almeida.

Fonte: Estadão – Economia & Negócios