Cuidado na hora de tomar empréstimo

3 de maio de 2013

Em tempos de endividamento, muitos procuram tomar empréstimos e, mesmo com o nome sujo, recorrem às financeiras com taxas mais altas que as instituições tradicionais

emprestimoSegundo estimativas da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor, cerca de 61,2% das famílias brasileiras estão endividadas. A situação tem interferido na desenvoltura da economia nacional. Mas em tempos de endividamento, muitos procuram tomar empréstimos e, mesmo com o nome sujo, recorrem às financeiras com taxas mais altas que as instituições tradicionais.

A Tribuna da Bahia pesquisou alguns empréstimos. Para R$ 500,00, a serem quitados em 60 meses, a taxa é de 1,75%. A Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade, Anefac, calcula que a taxa de juros embutida é de 2,45% ao mês e o valor total pago no final será de R$ 960,00.

Já em sendo R$ 6.622,41, na mesma taxa de juros, mas pagando em 60 parcelas de R$ 203,30, a taxa de juros calculada pela entidade seria de 2,27% ao mês e o valor final de pagamento seria de R$ 12.198,00. E para um empréstimo de R$ 5 mil, em 60 parcelas de R$ 153,50 e igual taxa de juros – 1,75%, a Anefac calcula taxa de juros mensal de 2,27% com valor total pago de R$ 9.210,00.

O vice-presidente da Anefac, Miguel de Oliveira, ressalta que a melhor alternativa é o crédito consignado ou penhor de jóias da Caixa Econômica Federal uma vez que possuem taxas de juros mais baixas em torno de 1,70% ao mês.

“O sistema financeiro vem expandindo cada vez mais o crédito àsempresas e às pessoas físicas, contribuindo assim com o desenvolvimento econômico do Brasil. Este crescimento do volume de crédito tenderá a se acentuar já nos próximos meses em virtude do crescimento econômico.

Com crédito os mercados se desenvolvem, as empresas investem, ampliam suas vendas, geram empregos e as pessoas antecipam a realização de seus sonhos”, pontua e acrescenta: “Assim com o crescimento do crédito é preciso que você saiba como usar o mesmo para melhorar a sua vida sem gerar problemas. Primeiramente organize a sua vida financeira elaborando um orçamento doméstico como forma de definir quais são as suas reais necessidades e planejar todos os seus gastos considerando sempre a sua renda disponível. Gaste menos do que tem de renda para fazer uma reserva financeira para eventuais gastos extras. Lembre-se que toda a vez que você gasta mais do que ganha ou ficará inadimplente e com isso sujeito a todas conseqüências de ter o nome negativado, não tendo aceso a qualquer tipo de crédito ou terá que recorrer a empréstimos e assumir o pagamento de juros”.

Ele ressalta que as taxas de juros se encontram em patamares elevados no país. “Isso se dá seja pelo baixo volume de crédito disponível que representa hoje 53,2% do PIB quando a média internacional passa de 100%, seja pelos custos que incidam sobre as taxas. Resumindo, use o crédito com moderação e conscientemente”.

Miguel de Oliveira dá alguns conselhos para os endividados. “Identifique todas as suas dívidas, tendo recursos aplicados resgate os mesmos para usar nestes pagamentos mesmo que sejam parciais, reduza as despesas mensais e analise a capacidade de pagamento para propor acordo a seus credores. Estabeleça prioridades como as quais deve pagar primeiro e quais deverá renegociar, se possível peça um empréstimo mais barato para liquidar as dívidas mais caras ou renegocie condições de pagamento que possa cumprir. Mas, o principal, é mudar os hábitos de gastos para não voltar novamente a mesma situação”.

Fonte: Tribuna da Bahia – Economia