Indústria têxtil movimenta economia e gera empregos na região nordeste

15 de maio de 2013

Muitas roupas usadas pelo Brasil são feitas no Nordeste. A região é responsável por uma boa parte da indústria têxtil brasileira

O comerciante Alpiniano Neto é da Paraíba e acabou de chegar à Fortaleza. Em vez de ficar na orla, ele se hospedou dentro do shopping. Existe um hotel dentro do centro de lojas para receber os visitantes que chegam para fechar negócios. “Você acorda, toma café da manhã e já sai, já vai direto para as lojas, nos fornecedores, não tem que estar pegando trânsito, se preocupar com táxi, facilita bastante”.

Facilidade para atrair mais clientes, que compram confecção no atacado e revendem no local onde moram. “A grande maioria são os pequenos compradores, são aqueles que desenvolvem o trabalho, que são chamadas de sacoleiras. Elas evoluíram, são consultoras, pesquisam, estudam”, diz Saulo Varela, diretor de shopping.

O Nordeste hoje é referência na produção e venda de produtos têxteis e de confecção. Ano passado, vendeu mais de 93 mil toneladas para outros países, o que correspondeu a 228 milhões de dólares. A região é a que mais produz fiação (37%) e fica em segundo lugar na produção de tecelagem (19,4%), atrás apenas do Sudeste (58%).

No Ceará, as empresas de confecção se multiplicam. Grande parte delas fabrica moda íntima, um segmento que fatura em torno de R$ 310 milhões por ano. A maioria começa pequena. “Ela realmente nasce informal, geralmente, direto da casa da costureira, do quintal, da garagem, onde se convida uma amiga para trabalhar, vai produzindo, gerando pedido, vai crescendo até se tornar uma grande indústria”, explica Germano Maia, presidente Sindtêxtil-CE.

Para crescer assim, em um mercado tão competitivo, é preciso investimento em mão de obra, design, tecnologia. Por isso, as peças passam por várias profissionais antes de chegar ao consumidor.

Tudo começa com a estilista Karine Façanha. “A gente faz a parte de desenhar o modelo, modelar, aí passa para o computador, vai para o rapaz do corte, ele corta as peças, vai para a produção, são inúmeras costureiras”.

Profissionais concorridos no mercado. A dona da empresa tem dificuldade para encontrar mão de obra para manter a produção de 120 mil peças por mês. “Hoje, eu tenho vagas, mas não aparecem pessoas qualificadas, especialmente na parte de lingerie”, conta Alexsandra Oliveira.

O costureiro Roberto Vieira de Sousa ocupa um dos 300 mil empregos que o setor têxtil e de confecção gera no nordeste. Ele deixou de ser mecânico para assumir a profissão de costureiro. Sem se importar com os comentários. “A gente releva, dá para passar”.

Fonte: G1 – Jornal Hoje