Metade dos trabalhadores informais não sabe o que fazer para se legalizar

28 de maio de 2013

A maioria quer ampliar a atividade, mas não pretende formalizá-la, já que teme a burocracia, a queda no rendimento e novos custos

Na economia brasileira, existem milhões de pessoas que produzem renda, movimentam dinheiro, mas que fazem isso fora dos registros oficiais de arrecadação de impostos. São os trabalhadores informais. E um estudo recém-concluído com essa parte importante da população descobriu que metade dela nem sabe o teria que fazer para legalizar o negócio.

Francisca Vania Maia era caixa de restaurante até que ficou desempregada. “Quando eu fiquei desempregada, eu não tive outra opção a não ser vir para rua. Para sobreviver”, conta a presidente da Associação dos Camelôs.

Quase a metade dos trabalhadores que atuam no mercado informal foi demitida ou não conseguiu um emprego.

“Mais de 80%  tem escolaridade ate o segundo grau e incompletos ainda. E nós temos uma figura de pessoas com mais de 35 anos. Ou seja, pessoas que dentro do mercado formal de trabalho teriam certa dificuldade na sua colocação”, aponta Roque Pellizaro Junior, presidente da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas.

A pesquisa feita em todas as capitais revelou que os informais ganham em média R$ 1.305 por mês. Ao todo, 59% trabalham com comércio e 41% no setor de serviços.

Oito em cada dez informais não possuem nenhum tipo de gestão financeira para analisar, planejar ou controlar o dinheiro. “Gasta tudo. O que arruma gasta tudo. Vem fácil e vai fácil embora”, conta um trabalhador.

A pesquisa também mostra que ainda falta muita informação para esses trabalhadores. Ao todo, 49% deles disseram que não sabem o que precisam fazer para formalizar o próprio negócio.

A maioria quer ampliar a atividade, mas não pretende formalizá-la porque teme a burocracia, a queda no rendimento e novos custos. Por isso a confederação que reúne os dirigentes lojistas já pensou em uma estratégia para conquistar os informais.

“Criarmos um treinamento para que eles entendam como é simples a formalização e como isso não agregaria nenhum custo que não fosse absorvido, facilmente absorvido por eles. E as vantagens. As vantagens de estar formalizado que permitirão com que ele cresça e tenha uma renda maior do que ele tem hoje”, explica o presidente da confederação.

Fonte: G1 – Jornal Nacional