Concorrente bom, é concorrente morto. Será?

31 de maio de 2013

Embora seja fato a disputa por clientes e suas verbas, que tal encarar que uma vez que as pessoas estejam prestando atenção ao seu segmento, todos crescem?

CompetitionPregar a ideia que há mercado para todos, que cada um tem sua fatia, e todos vivem felizes sem invadir o espaço alheio, ainda é algo pouco visto nas escolas de negócios ou nas práticas comerciais. Há aqueles que acreditam que isso é uma visão ingênua ou utópica, e que concorrente bom mesmo, é concorrente morto.

Bom, creio que para essa visão, dificilmente há remédio. Que continuem essas empresas encarando o mercado como um cenário de guerra, onde vence o que tem o maior arsenal de armas e o maior exército.

Mas há também os estrategistas e, não somente pacificadores, que entendem os benefícios que a concorrência pode trazer.

Apresento alguns deles:

 1. Aprender com os erros alheios

Monitorar a concorrência não é colocar um espião e entender suas práticas. Mas é observar o mercado, os clientes deles, e principalmente, aqueles que deixaram de ser. Ao entender esses detalhes, há uma chance em potencial de não se aplicar as mesmas falhas (se você já não as comete). Há quem diga que o melhor é aprender com erros, mas se o erro foi alheio, melhor ainda, não?

 2. Cada um com seu time

Não são todos os seus funcionários ou clientes que lhe trazem satisfação absoluta, certo? Isso não quer dizer que sejam maus funcionários ou clientes oportunistas… mas em muitos casos, é apenas uma questão de visão, posicionamento. Existem os que gostam de azul e os que gostam de vermelho. Se sua empresa for claramente azul, não tente passar a mensagem que serve para todos os gostos. Seja claro quanto aos seus princípios, objetivos de mercado e deixe que os que querem vermelho procurem quem o tenha. Melhor um cliente satisfeito na concorrência do que tentando mudar sua forma de trabalhar e seu posicionamento, certo?

 3. Todos crescem juntos

Embora seja fato a disputa por clientes e suas verbas, que tal encarar que uma vez que as pessoas estejam prestando atenção ao seu segmento, todos crescem?

Nas grandes cidades, o que justifica ruas com lojas de calçados, lojas de produtos para noivas e até rua com lojas de acessórios para palhaço? Pois juntos, ganham visibilidade para o local, ganham força. Com isso, o cliente tem a opção de conhecer vários e escolher o que melhor cumpre com suas expectativas.

No caso de empresas que tem contrato de exclusividade com determinado perfil de cliente, como as agências de publicidade que atendem somente uma empresa por segmento, não seria interessante a visão que quanto mais a outra agência faz campanhas ótimas para o cliente dele, o concorrente dele irá querer investir mais? É só uma questão de lógica.

 4. Posicionamento

Há muitas empresas que tem dificuldade em encontrar o seu posicionamento, seu diferencial, especialmente quando estão começando um novo negócio.

Observando o mercado e analisando a concorrência, talvez eles mesmos lhe ajudem a encontrar seu posicionamento. Considerando que há certas práticas de mercado que você não está disposto a adotar, seu posicionamento vai tomando forma inevitavelmente.

 5. Seja melhor, mas melhor que você mesmo

Ser melhor que seu concorrente é bastante subjetivo. Você dificilmente saberá o que realmente o motiva, se é o lucro a qualquer preço, se é um benefício social. Portanto, você pode ser melhor em uma coisa, ele ser melhor em outra. Então, que tal nesse momento deixar de olhar para o lado e apontar as falhas alheias e olhar mais para o próprio umbigo, pensando… no que eu quero ser melhor? Não que ele, mas melhor para MEU cliente, MINHA equipe.

E que ele seja o melhor que puder ser para os deles… afinal, nem todos gostam de azul.

Por  Renata Nizer