O Brasil foi alçado à condição de maior mercado para perfumes no mundo em 2010, superando os Estados Unidos, segundo dados da consultoria Euromonitor. Enquanto o faturamento com a venda de fragrâncias em território americano permaneceu na casa dos US$ 5,3 bilhões, as receitas no Brasil subiram de US$ 4,5 bilhões em 2009 para US$ 6 bilhões em 2010, o que representa uma alta de 33%.
Há, porém, uma distorção nos números da consultoria: além do crescimento do mercado nacional, eles são influenciados pela valorização do real, que favorece o Brasil na comparação com outros mercados, feita em dólar.
Os dados do Sipatesp, sindicato das indústrias de perfumaria e cosméticos, mostram que as vendas das categorias no país subiram 18,4% em 2010. Apesar do forte crescimento, as empresas de perfume ainda têm um terreno inexplorado a conquistar.
Para os especialistas do setor, o importante é que as empresas saibam identificar tendências regionais: no Nordeste, por exemplo, as colônias tipo splash – que ficam menos tempo na pele – dominam as vendas.
Para Cecília Oliveira, diretora executiva da Alfaroma, com a proximidade do dia dos namorados, por exemplo, os itens de perfumaria ganham um grande impulso nas vendas, assim como foi o Dia das Mães. “Estas datas aquecem o mercado”, comenta.
De acordo com as várias pesquisas de mercado, os brasileiros estão cada vez mais preocupados com a vaidade e o bem estar. E com as facilidades nas formas de pagamento e o maior acesso ao meio de comércio eletrônico, como os cartões de crédito permitiu a entrada da classe C e D como potenciais consumidores de produtos de perfumaria e já alcançando reflexos no aumento das vendas deste produto.
Cecília Oliveira acredita que esta pode ser a explicação para o aumento das vendas de perfumes nos últimos tempos. De acordo com Cecília, é preciso ficar de olho nas tendências regionais e suas peculiaridades. “A expansão da nova classe média também foi o motor propulsor do mercado nos últimos anos e o crescimento brasileiro de perfumes é contínuo. Com a globalização do mercado de perfumaria, houve também a massificação do consumo, levando o Brasil ao patamar de líder neste segmento. Com isso, esperamos fortalecer ainda mais a nossa marca”, informa a diretora da Alfaroma Perfumes.
Mesmo com a forte concorrência das fragrâncias importadas, os produtores brasileiros contam com o apelo da natureza brasileira que seduz os consumidores no mercado interno e externo. A Alfaroma também aposta no mercado de venda corporativa, que para muitos profissionais é uma prova de fogo. Cecília Oliveira diz que “a área de vendas corporativas tem como objetivo atender às empresas que desejam adquirir produtos em grande quantidade com negociação diferenciada ou presentear seus funcionários e clientes”.
Comparando os produtos internacionais no mercado, parece que o Brasil está bem preparado para aumentar a sua quota nesse nicho de cosméticos e higiene pessoal, tendo investido significativamente em projetos de distribuição mundial ao longo dos últimos anos.
Fonte: JB Online