Gestão do lixo

7 de junho de 2013

Descarte

O descarte correto dos resíduos sólidos é fundamental para o processo da reciclagem e para evitar uma série de prejuízos ao meio ambiente e à população, como a poluição visual, do solo, do ar e do lençol freático, além de danos à saúde humana.

Computadores montados com peças de lixo descartado
Computadores montados com peças de lixo descartado

“Dependendo do método utilizado, o material deixa de ser resíduo e passa a ser rejeito. Dessa forma, não pode mais ser reaproveitado”, disse o diretor-substituto da Secretaria de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano do Ministério do Meio Ambiente, Ronaldo Hipólito.

Segundo o Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil, elaborado pela Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), 6,7 milhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos tiveram destino impróprio no País em 2010. Na comparação com 2009, houve aumento de 6,8% na geração desse tipo de resíduo.

A reciclagem movimenta cerca de R$ 12 bilhões por ano, mas o Brasil ainda perde outros R$ 8 bilhões por não reaproveitar os resíduos que são destinados aos lixões ou aterros controlados. Cerca de 70% das cidades brasileiras descartam o lixo dessa forma.

A separação dos resíduos é mais simples do que se imagina. É essencial separar os secos (plásticos, vidros, papelão, etc.) dos úmidos (orgânicos, como resto de comida). “Se os resíduos são misturados, em geral, apenas 1% pode ser reciclado. Se há a separação correta, obtemos 70% de reaproveitamento ou mais”, explica a diretora-executiva da Brasil Ambiental, Marialva Lyra.

A empresa que ela atua recolhe resíduos industriais, domiciliares, de aeroportos e portos e transforma em novos materiais. Estes, por sua vez, retornam para a sociedade como doações para atividades sociais.

A Brasil Ambiental faz parte do Grupo Ambipar, que oferece soluções na gestão de resíduos há cerca de 100 anos. Outra empresa do grupo, a Descarte Certo, é voltada apenas para a destinação correta de lixo eletrônico.

Esse também é o ramo de atuação das 4 mil instituições cadastradas no E-lixo Maps, serviço desenvolvido pelo Instituto Sergio Motta que cadastra e mapeia as organizações que reciclam lixo eletrônico. “A meta inicial era a cidade de São Paulo. Em função das inúmeras demandas, a pesquisa para cadastramento foi ampliada para todo Brasil”, explicou a coordenadora de produção da iniciativa, Aline Minharro Gambin.
De acordo com uma estimativa da Organização das Nações Unidas, os brasileiros produzem cerca de 360 mil toneladas de lixo tecnológico (TVs, computadores, celulares etc.).

Os eletrônicos possuem metais pesados altamente tóxicos, como mercúrio, cádmio, berílio e chumbo, que liberados em um aterro podem contaminar o lençol freático e poluem o ar se forem queimados.
Muitos desses componentes eletrônicos podem ser reciclados. Os minerais presentes neles, por exemplo, são aproveitados e isso diminui a pressão por mineração, uma atividade econômica com potencial para causar grande dano ao meio ambiente.

Onde encontrar postos de reciclagem:

CEMPRE
E-lixo maps
Descarto Certo

Classificação de Resíduos de acordo com a norma
ABNT 10.004 de 2004

Resíduos de Classe I – perigosos, os resíduos que requerem a maior atenção por parte do administrador, uma vez que os acidentes mais graves e de maior impacto ambiental são causados por eles. Podem ser condicionados, armazenados temporariamente, incinerados, ou dispostos em aterros sanitários estruturados para receber resíduos perigosos.

Resíduos de Classe II-A – não inertes, tal como os resíduos de Classe II-B, os resíduos de Classe II-A podem ser dispostos em aterros sanitários ou reciclados. Mas devem ser observados seus componentes (matérias orgânicas, papeis, vidros e metais), a fim de que seja avaliado o potencial de reciclagem.

Resíduos de Classe II-B – inertes, podem ser dispostos em aterros sanitários ou reciclados.

Fontes:

ABLP
ABRELPE
CEMPRE
ABNT 10.004 de 2004
E-lixo Maps