Pessoas com mais de 65 anos são as mais endividadas

17 de junho de 2013

Estudo do SPC mostra que maior parte das dívidas são de mais de R$ 500.
Muitas vezes, os idosos pegam empréstimos para ajudar parentes

Uma pesquisa mostra quem são os brasileiros que mais estão endividados: na média eles têm mais de 65 anos, acabaram de se aposentar e os gastos só aumentaram. Mas na maioria das vezes, a dívida nem é do aposentado. O SPC Brasil mostra que idosos pegam empréstimos, muitas vezes para ajudar parentes, e entram em um círculo vicioso difícil de sair.

A pesquisa aponta que a maior parte das dívidas tem valores superiores a R$ 500 e já deveriam ter sido pagas há pelo menos 3 meses. As mulheres são as que mais devem, quase 54%, e 46% são homens.

O estudo mostrou também que as pessoas não se preparam para a velhice: quando se aposentam, passam a ganhar menos e muitos ainda têm que arcar com gastos de saúde. As despesas aumentam, a oferta de crédito é grande e os idosos recorrem a empréstimos bancários e consignados. O que parece uma solução, acaba aumentando o problema.

Segundo a pesquisa, além desse endividamento, há ainda outro agravante. ‘Os idosos muitas vezes emprestam seus nomes para que familiares ou amigos possam contrair créditos. Se este crédito se torna inadimplente é o nome do próprio idoso que vai para os cadastros de negativação’, diz Flávio Borges, gerente financeiro do SPC Brasil.

O economista José Matias-Pereira explica: o importante é ficar livre do empréstimo. Renegociar é a saída e ao mesmo tempo, fazer uma programação financeira. ‘O seu limite é a sua renda. A partir daí, você tem que fazer um controle efetivo desses recursos que ganha e partir para reduzir tudo que for possível’, esclarece o economista.

E como é bom nunca ter passado por essa experiência. É o que dizem dona Amélia e seu Paulo. Sem cartão de crédito, de débito, o segredo deles é pagar tudo a vista: se tem dinheiro, compra.

“Tem que fazer pesquisa, ver o lugar mais barato, as promoções. Aí, a gente vai lá comprar”, conta a aposentada Amélia Souza. Da mesma forma, o aposentado Paulo de Souza dá sua receita para um orçamento equilibrado: “é só botar a mão onde alcança. Seguro dinheiro como seguro o cavalo, mas não tomo emprestado com ninguém”.

Fonte: G1 – Jornal Bom Dia Brasil