Mudou de emprego e se deu mal. Vale a pena voltar para o ex?

20 de junho de 2013

recomecar

Meses atrás, uma conhecida me procurou. Aflita, Laura (para preservar a sua identidade, usaremos nome fictício), 30 anos, sentia o peso de sua escolha. Ao mudar de emprego, buscava novos desafios e maior conhecimento técnico. Depois de oito anos atuando em consultoria, resolveu aceitar convite para ocupar uma posição no departamento jurídico de uma renomada instituição financeira.

Mesmo cheia de gás, no início sentiu certa dificuldade de adaptação e que algumas coisas já a incomodavam. “Pensei, é uma questão de tempo. Logo, logo me adapto”. Os dias foram passando, passando e o ambiente tonava-se cada vez mais pesado para Laura. Acostumada a ter total liberdade de ação, percebeu que a política interna engessada era o que a incomodava.

“Não sei se porque o banco é grande, mas sentia limitações”, disse. Aos poucos, se via frustrada por não ser envolvida em projetos importantes. Lá, só executivos mais antigos e do alto escalão tinham esse “privilégio”. Foi, então, que a ficha caiu: era mais feliz antes. Conversando com um amigo, surgiu a ideia de voltar ao antigo emprego. Algo que nem havia pensado.

Sabia que seria um tanto quanto complicado, mas arriscou. Entrou em contato com algumas pessoas, mas não tinha vaga. Até que uma semana depois foi chamada.  Após sete meses, regressava para a mesma função e área na antiga companhia. Feliz da vida confessou-me: “Precisava ter saído para saber se estava certa. Dei-me conta que aqui tenho liberdade de falar com as pessoas, expor minhas opiniões e sou respeitada”.

Assim como Laura, milhares de pessoas decidem arriscar e mudar de emprego. Quando você não está satisfeito e os desafios acabaram, o caminho é tentar coisas novas. Vá, saia para ver o mundo lá fora, compare com o que você tinha antes. Quando há um descontentamento no lugar onde você está, a única forma de resolver é arriscar.

E se não der certo? Se você foi seduzido pelo canto da sereia – com a promessa de um salário polpudo e enormes oportunidades de carreira – e acabou se dando mal, não pense que o mundo acabou. Pelo contrário. Esta é uma decisão que faz parte da vida. Quem não arrisca, não petisca, já dizia aquele famoso ditado. Claro que o risco existe e é enorme, principalmente quando a intenção é retornar para a antiga empresa. A probabilidade de não ser aceito de volta é grande.

A empresa fica sentida, seu chefe magoado. Essas são barreiras que devem ser enfrentadas. Em muitos casos, as portas se abrem novamente porque há uma dificuldade de encontrar talentos e no primeiro momento de cortes, você pode estar na mira. Da mesma forma que é preciso ver se havia algum tipo de insatisfação com o chefeou carga de trabalho. Não esqueça que ex é sempre ex. Quando as diferenças são superadas, o “casamento” pode ser reatado.

Por Adriana Salles Gomes
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