Motivação interna, quem precisa de mais?

25 de junho de 2013

moral-baixaSim, em tempos de crise a moral fica baixa. Não é a toa que os governantes de países sejam tão preocupados com a economia de seus países. Não há nada que jogue mais a moral de uma população pra baixo do que uma crise econômica. Talvez daí venha o termo depressão. Vivemos no mundo hoje uma grande depressão. Não só financeira, mas moral.

Nosso sistema chegou ao limite, à ciência nos mostra que não podemos mais viver da mesma forma, pois nosso padrão de consumo atual não suporta a capacidade de recursos naturais existentes na terra. Estamos adentrando na era da sustentabilidade em meio a uma crise econômica.

Eu como gestor de equipe de uma multinacional italiana sei que nosso modelo está falido. Todos os dias recebemos ordens de aumentar as vendas e gerar receita. Crescer é a palavra de ordem. Isso é difícil, principalmente porque do outro lado nós temos uma equipe com o salário atrasado e moral baixa. Como vender e gerar a receita esperada com um cenário desses?

Bom, se toda empresa tivesse um Rogério acho que não existiria crise no mundo. Rogério é o nosso destaque em vendas. Ele consegue bater todos os meses as metas e está segurando sozinho todo o departamento. Mas como ele consegue?

Fui almoçar com Rogerio essa semana. Ele é um sujeito bem humorado, alto astral. Nunca o vi reclamando da vida, nem de qualquer coisa. Se algo não dá certo ele passa por cima e finge que não aconteceu. “Tem que ser Assim Roberto, a vida é curta demais pra nos aborrecermos pelo caminho”, me disse.

No almoço perguntei o que ele faria para motivar a equipe. A cada dia que passa mais funcionários jogam a toalha. Alguns vão embora, pedem as contas ou esperam ser mandados embora. Rogério disse não saber da onde vem sua motivação. “É algo interno, não sei explicar. Confesso que não estou feliz com a situação na empresa. Já pensei em sair. O mercado está bom, bem aquecido, mas na nossa empresa existe um problema sério de gestão. Nós aqui do Brasil temos que segurar sozinho essa crise dentro da empresa. Não é justo. Não é justo eles atrasarem nossos salários e não darem o suporte necessário”.

Pois é. Foi duro ouvir isso de Rogério. Mas ele estava certo. Não tenho muito que fazer para motivar meus colaboradores. Enquanto essa crise não se dissipar vai ser sempre assim. Eu também não estou satisfeito com o que está acontecendo, mas acho que sou um pouco como Rogério: tenho uma motivação monstro dentro de mim. Às vezes acho que não preciso de mais nada para ser feliz.

Não é a toa que temos dois ouvidos e uma boca. Algumas pessoas simplesmente se esquecem disso. Ouvir é muito mais importante.

 

Por Thiago Foresti – Empregos.com.br