Confira as reflexões e aprendizados que uma reprovação em seleção para trainee pode trazer para os candidatos
São Paulo – Derrotas e fracassos ensinam, e muito. Ser preterido na seleção de um programa de trainee é frustrante, mas pode trazer bons ensinamentos que o jovem profissional pode aproveitar durante toda a sua trajetória de carreira. Sobretudo para os candidatos que chegam às etapas mais avançadas, de dinâmicas e painéis com executivos das empresas.
E é isso que EXAME.com foi investigar com a equipe da consultoria Seja Trainee. Confira as principais lições que, via de regra, os candidatos tiram das reprovações nos concorridíssimos processos seletivos para trainees das empresas:
1 Autoavaliação
Onde eu errei? A reflexão sobre o que deu errado é o primeiro passo. Para isso, os jovens empreendem uma autoanálise da sua atuação durante testes, dinâmicas e painéis com os executivos da companhia.
“A primeira lição é aprender a se autoavaliar”, diz Luis Abdalla, presidente da Seja Trainee. De acordo com ele, a reprovação provoca essa avaliação no sentido de refletir se a atuação durante o processo foi condizente com o que ele tem a oferecer para as empresas.
2 Autoconhecimento
Nesta etapa, o jovem também passa a se conhecer mais porque começa a perceber qual o seu estilo de atuação profissional. “A pergunta mais frequente entre os interessados em uma vaga de trainee é qual o perfil dos aprovados, quando na verdade existem muitos candidatos que sequer conhecem o seu próprio perfil”, diz Abdalla. E ter noção do seu perfil é essencial para o terceiro aprendizado que uma reprovação traz.
3 Amadurecimento das escolhas profissionais
A decepção decorrente da reprovação pode ser positiva para aqueles jovens que aproveitarem o momento para pensar nas escolhas de carreira.
Na ânsia de conquistar uma vaga, muitos se inscrevem em processos de empresas que não fariam tanto sentido assim para a vida profissional deles.
“Esse amadurecimento é em relação às escolhas feitas. A reprovação estimula o candidato a trainee a refletir se o tempo investido naquele processo valeu a pena ou não”, diz Abdalla.
Investigar as motivações que o levaram a disputar uma vaga é um comportamento essencial para descobrir o que o jovem quer em termos de carreira profissional. Vale tentar de novo no ano que vem? Esta é realmente a sua empresa dos sonhos para trabalhar?
Pensar nisso é importante porque vai permitir que o jovem passe a valorizar as suas escolhas de carreira, segundo Abdalla. “Ás vezes ele escolhe a empresa pelo que a marca representa no mercado”, diz ele lembrando que é preferível que a escolha seja ancorada no planejamento de carreira.
4 Menos é mais
Pensar nas escolhas resulta em outro aprendizado essencial para quem deseja ser trainee: menos é mais. Ou seja, quanto mais foco nos processos certos, aqueles realizados pelas empresas para as quais o jovem realmente quer trabalhar, maiores são as chances de aprovação.
“É comum que no primeiro ano, o jovem se inscreva em 20 ou até 30 processos, aí já mais maduro, no segundo ano de tentativa ele se inscreve em 4 ou 5, dos quais ele realmente quer participar e acaba sendo aprovado porque está mais focado e sabem mostrar porque está ali”, lembra Abdalla.
5 Contato com a cultura organizacional
Participar de uma seleção para trainee é uma oportunidade para descobrir a cultura organizacional da empresa. “Ele vai entender a cultura, conhecer o corpo executivo e os demais profissionais, ter contato com o segmento de atuação”, lembra Abdalla.
Ambiente competitivo ou colaborativo, estilo de gestão, flexível ou rígido, e o peso da hierarquia na estrutura organizacional são alguns dos muitos aspectos que ficam mais claros para o candidato.
“O jovem começa a pesquisar a empresa e vai descobrindo se ela está coerente com o que ele quer”, diz Andressa Rotondaro, que é consultora da Seja Trainee.
Ela lembra que, para isso, o autoconhecimento é fundamental. “Quando a pessoa não se conhece fica sem parâmetro”, diz. Não se esqueça: caso não haja aderência entre o seu perfil e o da empresa, a reprovação deve até ser encarada como alívio.
6 Atitude estereotipada não funciona
Se o processo seletivo é Natura, repetir a palavra sustentabilidade como um mantra não vai resolver nada em termos de aprovação. Comportamentos e atitudes estereotipados não funcionam, de acordo com Andressa. “É muito mais importante demonstrar o seu melhor, valorizando pontos fortes”, diz a consultora.
“Ás vezes vemos vídeos e percebemos estes estereótipos. Por exemplo, dizer que adora inovação e que tem post-its pela casa inteira só porque está participando de um processo seletivo de trainee na 3M”, diz Abdalla.
Camila Pati, de