Psicólogos explicam os motivos que levam as pessoas a falaram mal uma das outras
Parece tão natural que muitas vezes as pessoas não notam que estão falando mal uma das outras. Porém, existem casos que ultrapassam os limites do respeito. Difamar alguém é um comportamento que vai além das fofocas e das picuinhas do dia a dia. Segundo a lei, a difamação consiste em atribuir a alguém fato determinado ofensivo à sua reputação.
Em seu twitter, o psicanalista Flávio Gikovate publicou que “toda hostilidade gratuita vem da inveja”. Ou seja, esse comportamento pode ser uma manifestação consciente ou inconsciente de um desejo profundo do ser. A psicóloga Keli Rodrigues concorda com Flávio e diz que esse tipo de agressão trata de percepções que temos sobre o nosso universo e nos incomoda. Dessa forma surgem os questionamentos do porquê aquilo incomoda, quem é a pessoa incomodada, se isso acontece porque a pessoa deseja algo que não tem ou porque deseja que a outra pessoa não tenha.
No mundo dos famosos também acontece
No mundo artístico, as coisas podem parecer um pouco piores, pois a vida dos famosos é pública e a humilhação que eles sentem ao serem expostos pode ser maior. Recentemente, em uma entrevista, o ator Brad Pitt classificou o seu casamento com a ex Jeniffer Aniston como “perda de tempo” e a atriz não gostou nada da atitude. Roberto Justus fez o mesmo com Adriane Galisteu dizendo que a relação deles foi “irrelevante”.
Como as declarações não foram bem esclarecidas, a psicóloga Iracema Teixeira não considera a atitude como difamação. “Acredito que seja mais despeito, pois eles tentam desqualificar o outro por não conseguir algo ou por se sentir desprezado”, diz. Isso é comum em relacionamentos terminados, mas a hostilidade gratuita que Gikovate mencionou também se manifesta nestes casos. As duas foram expostas de maneira desagradável e desnecessária.
Como reagir nessas situações
Mas o que fazer quando as ofensas só aumentam? Segundo Iracema, o melhor é ignorar e continuar com as suas realizações. Apenas fique atenta se você não está sendo competitiva e alimentando essa disputa baseada em inveja. A reconciliação das partes é a melhor coisa a se fazer, como convidar a outra pessoa para uma conversa e colocar tudo em pratos limpos. Mas, se não der certo, afaste-se. Afinal, não vale a pena lutar por uma relação agressiva como essa na qual a pessoa quer te ver por baixo.
Keli destaca outro ponto sobre o comportamento e questiona se a difamação é mesmo legítima, ou seja, se é uma ofensa para quem fala ou só para quem a escuta ou quem é atingida. Todos têm uma opinião e quando a expressam é porque a acham relevante. A psicóloga ressalta existem vários pontos de vista e interpretações sobre essas atitudes. Há pessoas que espalham mentiras e pessoas que acreditam estar disseminando a verdade. A dica é se policiar para não fazer o mesmo que a pessoa que está te difamando.
Isso é normal?
A competição faz parte dos arranjos sociais e pode ser construtiva. Iracema diz que o comportamento tem que se manter dentro da ética e não focar na destruição do próximo. “ Todas as relações sociais devem pulsar entre competição e cooperação”, afirma. Segundo Keli, é comum que as pessoas emitam suas opiniões sobre coisas, pessoas, comidas, fatos. Apesar de não ser recomendado falar tudo, os seres humanos pensam, mesmo que não coloquem para fora. “Os filtros nos ajudam a viver em sociedade, mas algumas pessoas rompem com essas convenções e acabam prejudicando ou ofendendo”, finaliza.
Consultoria
Iracema Teixeira, psicóloga
Keli Rodrigues, psicóloga
Texto: Lívia Neves
Disponível em: http://papofeminino.uol.com.br