Para o coach Homero Reis, ninguém é líder o tempo todo, em todas as situações
“Ninguém nasce líder, mas aprende a ser um.” Esta é a máxima do coach Homero Reis, especialista em coaching ontológico e sócio-diretor da Homero Reis e Consultores. Para ele, a liderança não depende de talento ou nomeação. O especialista trabalha sob a perspectiva do coaching ontológico. A ontologia estuda a natureza dos seres. “Liderança é uma função social, na qual o líder é aquele que foi reconhecido pelo grupo social em que atua”, diz. Reis também diferencia gestores de líderes, defendendo que gestor é alguém que é nomeado enquanto o líder é o profissional reconhecido socialmente. Abaixo, Reis dá 10 dicas para se tornar um líder de sucesso, do ponto de vista ontológico:
Sua forma de ver o mundo não é a melhor, a mais verdadeira nem a única
As pessoas bem-sucedidas na capacidade de liderar são as que sabem que a forma como os outros enxergam a realidade também é legítima. Em vez de debater com alguém para ver quem está certo, o líder entende a visão diferente e aprende com isso. Essa atitude é mais efetiva para os negócios do que gastar tempo convencendo o outro de que ele está errado.
Conheça a expectativa do grupo em que você atua
A liderança não é um atributo das pessoas. Você se torna um líder pela aprendizagem – e esse aspecto está diretamente ligado à capacidade de superar as expectativas do grupo liderado. Quem não conhece o que o grupo quer, jamais será um líder.
Ninguém é líder em todos os contextos ou durante o tempo todo
Você é o líder em determinado contexto. Mudando a situação, mudam-se as formas de liderança e é preciso saber se adequar a isso. A exceção é quando o líder transforma algumas de suas habilidades em carisma. Neste caso, o carisma pode sobreviver ao tempo e a mudanças.
Aprenda competências novas para construir equipes de alto desempenho
O que é problema? Uma situação para a qual você não tem resposta. Para resolver a questão, é preciso adquirir uma competência que você não tem. O líder deve ser capaz de aprender de forma mais efetiva, respondendo de modo mais ágil aos problemas que surgirem.
O que faz um líder é a sua capacidade de se relacionar e não sua capacidade técnica
Liderança é fundamentalmente um fenômeno de relacionamento. Você nunca vai ter um líder fechado em seu gabinete de porta fechada.
Não procure ícones. Busque inspiração em quem está ao seu lado
Buda, Jesus e outros ícones mundiais são bons exemplos de vida, mas não podem ser entendidos como paradigmas de liderança, simplesmente porque ninguém vai conseguir fazer o que eles fizeram. Eles trabalharam com aquilo que estava na mão deles, com o que tinham no momento. Não procuraram os grandes ícones da época, mas buscaram inspiração nas pessoas que estavam com eles.
Ser líder não é ser perfeito, mas criar possibilidades
A competência fundamental é ser capaz de agregar pessoas em torno de uma “ideia-ação”: uma ideia que se operacionaliza enquanto se constrói. Líderes efetivos refletem e atuam simultaneamente, transformando a mera conjectura das coisas em algo objetivo e concreto.
Reflita com a sua equipe
Desenvolver a habilidade de conversar é ser capaz de diferenciar debates de reflexões. Organizações que são capazes de refletir mutuamente têm um nível de desempenho sensivelmente melhor do que aquelas que apenas entram em debate. A discussão parte do pressuposto de que um precisa ganhar do outro. Na reflexão, cada um coloca sua ideia e aprende com a do outro.
Liderança se faz com líderes, seguidores e contexto
É preciso desenvolver a capacidade de enxergar as coisas e não apenas vê-las superficialmente. Numa situação em que prevalece o senso comum, o líder precisa enxergar coisas que ninguém viu. Ele deve se perguntar: o que as pessoas não estão vendo? O que estou vendo que pode atender às demandas dessas pessoas?
Veja as diferenças como oportunidades – e não como ameaças
Essa é uma habilidade fundamental. Liderar é não ter medo de conviver com a diferença. Você percebeu que alguém discorda? Chame essa pessoa para perto de você.