Reconhecer os próprios talentos é essencial para uma vida feliz

21 de agosto de 2013
Para descobrir suas próprias qualidades, avalie seu desempenho nas atividades corriqueiras, em vez de procurar algo grandioso em que se sobressaia
Para descobrir suas próprias qualidades, avalie seu desempenho nas atividades corriqueiras, em vez de procurar algo grandioso em que se sobressaia

Saber quais são as nossas habilidades e investir no aprimoramento delas é uma forma eficiente de favorecer o desenvolvimento pessoal e profissional e até garantir relacionamentos mais felizes. Afinal, dedicar-se a um objetivo é muito mais satisfatório quando sabemos onde investir a própria energia.

“Reconhecer nossos talentos é o primeiro passo para começarmos a desenvolvê-los”, afirma Marcela Cordeiro Felix de Lima, psicóloga pela PUC-SP. Segundo a especialista, só quando temos noção de nossos pontos fortes e sabemos o que nos torna especiais, podemos focar nestas habilidades para ir além do senso comum e ganhar destaque.
“Todas as pessoas têm dons ou habilidades que os diferenciam dos demais. Agora, saber reconhecer e investir nesses dons é o que faz a diferença entre o sucesso e o fracasso”, diz o psicólogo Alexandre Bortoletto, instrutor da Sociedade Brasileira de Programação Neurolinguística. “Nascemos com talentos, mas eles certamente precisam ser lapidados”, defende o especialista.

Olhando para dentro

No momento de reconhecer as próprias qualidades, vale avaliar o seu desempenho nas atividades corriqueiras, em vez de procurar algo grandioso em que se sobressaia. “Um bom negociante, por exemplo, pode ser bem sucedido administrando uma empresa e também mediando as suas relações pessoais”, pondera Marcela. Saber tirar proveito das dificuldades, improvisar, ter flexibilidade, criatividade e comunicar-se bem são capacidades que podem ser chamadas de talentos, por impulsionarem o desenvolvimento em diversas áreas da vida.
Outra estratégia é estar atento às sensações que determinadas atitudes provocam em você. “Quando exercitamos nossos talentos, as tarefas parecem mais prazerosas e fáceis de serem desempenhadas”, diz Marcela.
Nesse processo de autoconhecimento, vale também conversar com pessoas de confiança e descobrir qual é a percepção que elas têm a seu respeito. Só tome cuidado para não escolher alguém que dirá coisas boas somente para agradá-lo. “No ambiente profissional, é possível reconhecer muitas capacidades, desde que se esteja aberto para receber o feedback de colegas e chefes”, diz Bortoletto.
Práticas meditativas que levam à reflexão são outros caminhos interessantes e que podem conduzir ao reconhecimento dos dons. “Por meio de meditação, da ioga ou até numa caminhada, voltamos a atenção para dentro e podemos avaliar com mais clareza nossas capacidades e fragilidades. A partir daí, podemos escolher manifestar as virtudes e corrigir as fraquezas”, observa o psicólogo José Roberto Leite, coordenador da unidade de Medicina Comportamental da Unifesp.
É fundamental, entretanto, ter coragem para colocar em prática aquilo que acreditamos ser um talento, mesmo sem ter total certeza disso. “Nós somos aquilo que habitualmente fazemos. Então, à medida que eu manifesto os dons e chego a resultados interessantes, isto molda a minha personalidade”, afirma Leite.

Sempre em movimento

E apesar da importância de se enxergar e valorizar os talentos que se tem, é preciso considerar que as habilidades podem mudar com o passar dos anos. O que explica, por exemplo, o fato de muitas pessoas trocarem de profissão conforme amadurecem.
Assim, apesar de nascermos com alguns talentos ou com facilidade para determinadas tarefas, é inevitável que conforme as habilidades vão sendo desenvolvidas, surjam novos interesses. “Essa mudança faz parte do caminho natural do ser humano, que sente necessidade constante de aprender e evoluir”, diz a psicóloga.
O peso que será dado a estes novos interesses, no entanto, é uma escolha individual. Mas uma coisa é certa: quando se trata de desenvolvimento pessoal, mudanças são sempre positivas. “O reconhecimento de novas habilidades leva à formação de um indivíduo cada vez mais completo”, finaliza José Roberto Leite.

Por  Marina Oliveira e Rita Trevisan