Inflação medida pelo IPCA passa de 0,03% para 0,24% entre julho e agosto, absorvendo a alta da moeda norte-americana, que, ontem, caiu pelo quinto dia seguido, para R$ 2,304
O temor do Banco Central de que a escalada do dólar ante o real pudesse bater pesado na inflação tem justificativa. Após ter variado apenas 0,03% em julho, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o parâmetro oficial para medir o custo de vida no país, encerrou agosto com elevação de 0,24%. No ano, o indicador acumula alta de 3,43%, e, em 12 meses, chega a 6,09% , o oitavo mês consecutivo em que a carestia fica acima de 6%, superando de longe o centro da meta que, em tese, deveria ser perseguida pelo BC, de 4,5%. Para setembro, além do câmbio, há o risco de que a carestia seja fortemente impactada por um novo vilão: o reajuste dos combustíveis.
“Temos a expectativa de que, ainda neste mês, o governo autorize a Petrobras a promover um novo aumento nos preços da gasolina e do diesel. Por conta disso, acreditamos que o IPCA de setembro ficará em 0,57%, mais que o dobro do registrado em agosto, de 0,24%”, disse o economista Fábio Romão, da Consultoria LCA. Na visão dele, mesmo que não haja qualquer correção nos preços dos combustíveis, a inflação já seria de 0,44%.
A maior pressão sobre os preços vem, principalmente, do dólar, que, mesmo depois das pesadas intervenções do BC no câmbio, continua a mostrar força. Há três semanas, a autoridade monetária divulgou um plano de venda de moeda nos mercados futuros, que deve injetar cerca de US$ 100 bilhões na economia em 2013. Ontem, o dólar caiu pelo quinto dia consecutivo, para R$ 2,304 (menos 0,86%).
Fonte: Correio Braziliense